Em 9 anos, SP aumenta emissões de gases de efeito estufa
Setores de energia e resíduos sólidos contribuíram mais com emissões. Inventário da capital paulista foi divulgado nesta semana pela prefeitura
O crescimento da frota de automóveis na cidade de São Paulo e o consequente aumento do consumo de combustíveis fósseis (como a gasolina) foram os principais responsáveis por elevar as emissões de gases de efeito estufa no município entre 2003 e 2011, de acordo com inventário divulgado pela prefeitura.
No ano passado, São Paulo emitiu o total de 16,430 milhões de toneladas de CO2 equivalente (medida que soma a concentração de dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e outros gases). A quantidade é maior que o volume emitido em 2003, ano em que foi realizado o primeiro inventário e registrou 15,738 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
O diagnóstico foi produzido pelo Instituto Ekos e a empresa Geoklock, com patrocínio do Banco Mundial. O documento contém dados que compreende o período de 2003 a 2009, com pontuais atualizações entre 2010 e 2011.
Energia é principal emissor
O setor de energia—que abrange a queima de combustíveis fósseis, o uso de eletricidade e de gás natural — foi responsável sozinho por 81,9% das emissões. Deste total, 61% dos gases vieram do uso de transportes.
Segundo o estudo, entre 2003 e 2009, houve crescimento de 27% no uso diário de combustíveis (gasolina e etanol), reflexo do aumento da frota de automóveis na cidade.
Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostram que a capital paulista tinha em dezembro de 2003 uma frota de 4.382.907 automóveis. Já em dezembro de 2009, a frota era de 6.140.189 (alta de 40%). Se comparado com números de 2011, o crescimento da frota foi de 51% (6.622.324).
“É só observar o trânsito da cidade e você vê que houve aumentou significativo. As emissões cresceram também devido ao maior uso de veículos com motores que consomem mais combustíveis, como carros grandes e ineficientes no deslocamento a curta distância”, explicou Vinicius Ambrogi, gerente técnico da Geoklock, uma das empresas responsáveis pelo inventário.
O estudo aponta também que o consumo de energia elétrica cresceu entre 2003 e 2009 (+33%). Já nos últimos nove anos, o setor de resíduos sólidos e esgoto (que inclui disposição em aterros, compostagem, incineração, esgoto doméstico e efluentes industriais) foi responsável por 15,9% das emissões de gases de efeito estufa na cidade.
Processos industriais emitiram 2,4% do total de gases e o uso do solo teve emissões equivalentes a 0,1% do montante inventariado.
Ainda segundo o inventário, cada habitante de São Paulo emitiu em 2009 o total de 1,4 milhão de toneladas de CO2 equivalente. Para se ter ideia, o morador de Nova York, nos Estados Unidos, emitiu no mesmo ano quatro vezes mais gases de efeito estufa (8,2 milhões de toneladas de CO2 equivalente.
Fonte: G1 Notícias