A cada dia a expectativa de vida aumenta, e nem por isso as pessoas, ditas idosas, deixam de dirigir ou de utilizar o trânsito como pedestres, motociclistas e até mesmo ciclistas. No entanto, um estudo realizado pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, em parceria com a Divisão de Engenharia de Transportes e Mobilidade da Universidade Federal do Paraná (UFPR), analisou, recentemente, a relação entre o crescimento da população a partir de sessenta anos no Brasil e qual o impacto nos acidentes de trânsito. Por esse motivo, no Dia dos Avós, o Portal do Trânsito traz dicas de cuidados com idosos no trânsito.
De acordo com o estudo, os idosos estão mais expostos, e consequentemente, são as maiores vítimas fatais como pedestres, representando 36% do total de atropelamentos registrados no país. Entre os idosos, os ciclistas representam 28% dos óbitos, seguido dos condutores de veículos (16%) e motociclistas (6%), conforme dados oriundos do sistema Datasus.
Para Eliane Pietsak, pedagoga e especialista em trânsito, quando se chega a uma certa idade, é preciso tomar alguns cuidados extras, para a própria segurança e a de quem está ao redor. “Esse maior cuidado em relação as pessoas quem tem mais de 65 anos de idade, é uma precaução. O objetivo é , justamente, proporcionar a elas condições necessárias para que continuem a transitar, com independência, pelo máximo de tempo possível”, explica.
Um pedestre com a idade mais avançada, por exemplo, pode ter dificuldades ao atravessar a rua. Ou, ao estacionar seu carro, tenha dificuldade em chegar ao lugar de destino, por se encontrar muito distante. Ou seja, justamente por isso as vagas preferenciais para idosos estão sempre próximas aos pontos de acesso.
Cuidados com idosos no trânsito
Além de ter que se adaptar a uma nova realidade, pois muitos desses idosos viveram num tempo em que o trânsito era muito mais sossegado, outros fatores contribuem com essa fragilidade apontada pelas estatísticas. Um exemplo é o processo natural do envelhecimento. “A visão, a audição, o equilíbrio são afetados e ainda há o enfraquecimento dos ossos e da musculatura. Essas situações afetam a capacidade cognitiva do idoso, que é fundamental para enfrentar o trânsito”, explica Pietsak.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Direção Geral de Tráfego (DGT), da Espanha, os principais problemas enfrentados por idosos, como pedestres, são distinguir a cor das luzes e perceber a velocidade efetiva dos veículos na via. Outro ponto de alerta é a distração, presente, com mais frequência, nos idosos acima de 70 anos.
Ainda conforme a pesquisa os pedestres idosos enfrentam um conjunto de obstáculos nas ruas. Dentre eles estão o excesso de velocidade do veículo, a condução imprudente e, em muitos casos, o curto espaço de tempo do semáforo para pedestre.
Segundo Eliane Pietsak, alguns cuidados simples podem evitar acidentes e contribuir com um trânsito mais seguro e humano. “Para trafegar na via, o primeiro é escolher um sapato adequado e tomar muito cuidado com buracos ou locais acidentados. Para atravessar a via, o idoso deve esperar o sinal do pedestre ficar verde e, se necessário, pedir ajuda para outra pessoa. Além disso, nunca deve parar no meio do cruzamento e atravessar em linha reta. Se estiver andando pela calçada, evitar ficar próximo ao meio-fio, pois alguma queda pode levar o idoso a cair na via, perto dos carros”, aconselha.