Dados preliminares mostram queda no número de mortes no trânsito brasileiro em 2020
Apesar da pandemia que restringiu o número de circulação de veículos foram registradas mais de 30 mil mortes no trânsito brasileiro em 2020.
Foram divulgados pelo Ministério da Saúde, os números preliminares de mortes no trânsito brasileiro em 2020. Segundo os dados, morreram 30.168 pessoas em decorrência do trânsito brasileiro. O número é aproximadamente 5,5% menor que o registrado em 2019.
Levando em consideração os dados dos últimos dez anos, essa tendência de queda vem se mostrando contínua e estável. Em 2018 foram 32.655 mortes, 7,5% a mais que em 2019.
Veja tabela com os dados de mortes no trânsito brasileiro dos últimos dez anos:
Ano | Óbitos |
2010 | 42.844 |
2011 | 43.256 |
2012 | 44.812 |
2013 | 42.266 |
2014 | 43.780 |
2015 | 38.651 |
2016 | 37.345 |
2017 | 35.375 |
2018 | 32.655 |
2019 | 31.945 |
2020 | 30.168 |
Perfil das vítimas
Conforme os dados do Ministério da Saúde, os motociclistas foram os que mais perderam a vida nas vias e rodovias do Brasil. Foram 10.873 mortos nessa condição. Em seguida estão os ocupantes de automóveis (6.302) e os pedestres (4.338). A faixa etária mais vulnerável, segundo os dados, está entre 20 e 49 anos.
Mortes de motociclistas
O registro de mortes de motociclistas no trânsito vem aumentando assustadoramente. Só em Curitiba nesse primeiro semestre de 2021 foram 162,5% mortes a mais do que no mesmo período de 2020. Os dados são do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran).
De acordo com a tenente Mayra Jaqueline Tonelli, porta-voz do BPTRAN o aumento está ligado ao desrespeito à sinalização, excesso de velocidade e desatenção na condução por parte dos próprios pilotos.
“Quem tem motocicleta e se envolve em acidente tem mais chances de se ferir do que os usuários de outros tipos de veículos, pois mesmo em acidentes em baixa velocidade os ocupantes da motocicleta vão ficar feridos e haverá danos”, afirmou
Segundo a tenente, o órgão notou uma maior circulação de motos nas vias devido ao aumento dos serviços de delivery durante a pandemia. Ela diz, ainda, que os dados são preocupantes. “Nos alertam para intensificarmos operações e fiscalizações para prevenir acidentes, mas é algo que também deve pautar a discussão com a sociedade”, disse Tonelli.
Esse crescimento não aconteceu apenas em Curitiba. Em Campinas, por exemplo, nos sete primeiros meses de 2021 registrou-se o maior percentual de mortes de motociclistas entre as vítimas de trânsito em toda a série histórica do Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga-SP), iniciado em 2015.
Opinião
Para Eliane Pietsak, pedagoga e especialista em trânsito, mesmo com a menor circulação de veículos em 2020, os números mostram que os acidentes graves continuaram acontecendo. “O ano de 2020 foi atípico, um ano com menor circulação de veículos e pessoas nas ruas. Mesmo assim, os números são altíssimos. É inaceitável que ainda morram mais de 30 mil pessoas por ano no trânsito brasileiro”, conclui.