Diminuir os limites de velocidade em grandes centros urbanos é uma tendência mundial. Além disso, é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para reduzir o índice de mortes por sinistros de trânsito em todo mundo. No entanto, não são todos os condutores que compreendem e apoiam essa alteração nas cidades. O Portal do Trânsito & Mobilidade, então, foi entender os motivos que levam um gestor a baixar a tolerância da velocidade nos centros urbanos. Esse foi o tema de um dos programas Tira-Dúvidas do Portal.
De acordo com Celso Mariano, especialista em trânsito e diretor do Portal, nós colhemos vários benefícios ao andarmos mais devagar, inclusive menos engarrafamento, ao contrário do que é a percepção das pessoas. “Se andar muito devagar, não vai travar o trânsito. Como diz o ditado, onde passa um boi passa uma boiada, mas um de cada vez. Essa organização só é possível quando a velocidade desenvolvida pelos veículos é ligeiramente mais baixa”, explica.
Ele cita também que além do benefício da fluidez tem o da segurança.
“Tudo isso porque os condutores conseguem reagir de forma mais adequada, tem um maior tempo para isso, até mesmo para compensar algum eventual erro. Assim, o trânsito ganha segurança e todos saem lucrando”, explica.
Assista ao comentário completo do especialista Celso Mariano sobre baixar a tolerância da velocidade nos centros urbanos, no programa Tira-dúvidas do Portal do Trânsito.
Controle da velocidade
Em virtude da primeira Década de Ações para a Segurança Viária 2011-2020, a ONU e a OMS iniciaram a produção de vasto material para auxiliar os países a atingirem as metas propostas, entre eles, o Manual da Gestão da Velocidade, elaborado junto com o Banco Mundial e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
O documento destaca a importância do combate ao excesso de velocidade.
“A velocidade excessiva e inadequada é o fator que mais contribui para a gravidade das lesões causadas pelos acidentes de trânsito. Quanto maior a velocidade, maior a distância necessária para parar um veículo e, portanto, maior o risco de ocorrer uma colisão. À medida que mais energia cinética deve ser absorvida num impacto em alta velocidade, maior o risco de lesão caso a colisão venha a ocorrer. Ou seja, a gestão da velocidade constitui uma ferramenta muito importante para melhorar a segurança no trânsito”, informa o estudo.