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07 de setembro de 2024

Dia Internacional da Mulher: histórias de amor e superação sobre duas rodas

Em 10 anos houve um aumento de mais de 70% no número de mulheres habilitadas na categoria A, que permite dirigir veículos de duas ou três rodas.


Por Pauline Machado Publicado 08/03/2023 às 08h15
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A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, analisou os dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e identificou que o Brasil tem hoje, 8.884.345 mulheres com carteira de habilitação na categoria A, que permite a condução de veículos de duas ou três rodas. Em 2013, eram 5.034.139 habilitadas, o que aponta um crescimento de 76,5% no comparativo em dez anos. No Dia Internacional da Mulher contamos histórias de amor e superação de mulheres apaixonadas por veículos de duas rodas.

No entanto, as mulheres ainda são minoria e representam 24% do total de condutores habilitados.

Em 2013, esse índice era de 20,2%. Dentre os fatores atribuídos para o aumento de condutoras está o empoderamento feminino.

De acordo com um estudo das associadas da Abraciclo, os homens são os principais compradores de motocicletas e foram responsáveis por 62% dos contratos fechados em 2022. Em 2012, esse índice era de 74%.

Na análise de preferência por modelos, a motoneta é a categoria mais procurada pelas mulheres, com 69%, enquanto o uso das scooters é maior entre os homens, com 60%.

Faixa etária

A faixa etária que concentra o maior número de habilitações, tanto para homens como para mulheres, é a que vai de 31 a 40 anos, por exemplo.

No total, as mulheres somam 7.790.504 motociclistas e os homens 11.871.802 habilitados.

Em seguida, estão as pessoas com idades entre 41 e 50 anos. O público feminino equivale a 6.520.793 habilitações e o masculino a 10.774.078 das carteiras na categoria A.

Em terceiro lugar, temos o público acima de 60 anos, dentre eles 3.988.122 mulheres motociclistas e 11.068.970 homens.

Histórias de mulheres e suas motos

De acordo com dados do IBGE/Senatran, no Brasil existe uma mulher habilitada a conduzir uma motocicleta a cada oito pessoas do gênero feminino.

Acompanhe algumas histórias inspiradoras de mulheres e suas paixões por duas rodas!

Érika Di Iório

Erika
“Quando vi uma motocicleta, foi paixão à primeira vista”, conta Érika. Foto: Arquivo Pessoal.

Quem vê hoje a administradora de empresas Érika Di Iório, de 50 anos, moradora da cidade de Belém (PA), com uma moto de alta cilindrada, não imagina que há pouco tempo, essa mineira de Belo Horizonte, apesar da vontade, não se sentia apta a conduzir uma motocicleta. Essa história ganhou um novo capítulo durante uma viagem a Brasília, quando ela foi com o marido até uma concessionária. “Quando vi uma motocicleta, foi paixão à primeira vista. Comprei, mesmo sem ter a carteira de habilitação”, relembra.

De volta para casa, se matriculou numa motoescola.

“As primeiras voltas de moto eram restritas ao meu condomínio. Depois de um tempo fiquei mais confiante. Mas sempre digo que andar de motocicleta é uma superação constante”, salienta a integrante da Confraria Harleyros do Pará.

Waldesta de Oliveira Costa

Dia da Mulher
Wal adotou a motocicleta como estilo de vida de uma forma inesperada. Foto: Arquivo Pessoal

Assim como Érika, Waldesta de Oliveira Costa, de 42 anos, também adotou a motocicleta como estilo de vida, de uma forma inesperada. Inscrita no concurso Rainha do Rio Madeira, ela conquistou o primeiro lugar e, como prêmio, ganhou um modelo de 50 cilindradas. Quando se mudou para a capital amazonense, em 1992, Waldesta conta que havia poucas mulheres motociclistas na cidade. “Pilotava um modelo de alta cilindrada e isso, na época, chamava a atenção. Até desconfio que era a única motociclista da cidade”, relembra.

Numa de suas andanças, recebeu bem como aceitou o convite para integrar um motoclube. Até que, em 2017, decidiu fundar As Amazonas, ou seja, o primeiro motoclube exclusivo para mulheres do estado. Hoje o grupo conta com cerca de 20 integrantes. “Somos unidas pela paixão por duas rodas e queremos incentivar outras mulheres a descobrirem essa sensação de liberdade”, destaca.

Josilda Maria Maciel e Karime Abrão

Josilda
Josilda fez parte da primeira turma do curso de Motofretista, promovido pelo SEST/SENAT. Foto: Arquivo Pessoal

Com muitos quilômetros na bagagem, Josilda Maria Maciel (46 anos) assim como Karime Abrão (42) transformaram o amor pelas motocicletas em profissão.

Nascida em Tracunhaém, cidade do interior de Pernambuco, Josilda fez parte da primeira turma do curso de motofretista, promovido pelo SEST/SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte). “Éramos eu e mais uma garota”, relembra.

No início, fazer entregas representava uma forma de garantir uma renda extra, até que se transformou na principal fonte de sustento.

“Quando comecei na profissão, usava aqueles guias impressos para chegar aos endereços. Hoje, temos o GPS que facilita muito a nossa vida”, compara. “Ainda existe preconceito, mas acredito que avançamos bastante e, com muita competência, conquistamos nosso espaço”, destaca.

Dia da Mulher
“Nasci para encarar e superar desafios”, ressalta Karime.

Paulista de Ribeirão Preto, Karime tem opinião semelhante. “Provamos nossa capacidade”, diz, orgulhosa. “No primeiro dia de trabalho, até chorei porque não conseguia chegar a um endereço e entregar um documento”, relembra, aos risos. “No entanto, sou persistente. Nasci para encarar e superar desafios”, ressalta e finaliza.

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