Quem tem a doença de Parkinson pode dirigir?
Saiba quais são os principais sintomas da doença de Parkinson e como ela afeta o ato de dirigir
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Você conhece a doença de Parkinson? Dados estimados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 1% da população mundial, com idade superior a 65 anos, tem Parkinson. Além disso, no Brasil, existem cerca de 400 mil pessoas diagnosticadas com a Doença de Parkinson.
O Portal do Trânsito entrevistou o Dr. Fernando Spina Tensini, especialista em neurologia, que detalha os sintomas e causas do Parkinson. Em primeiro lugar, a doença de Parkinson atinge principalmente pessoas com mais de 60 anos.
“É uma doença neurodegenerativa, que afeta principalmente pessoas após os 60 anos cujos sintomas mais conhecidos são: bradicinesia (lentificação), rigidez e tremor”, ressalta.
Ele destaca também que a bradicinesia, sintoma mais importante do Parkinson, se manifesta como:
- Face sem expressão;
- Piscamento reduzido;
- Pobreza de movimentos durante uma conversa;
- Escrita pequena;
- Dificuldade para tarefas manuais;
- E, por fim, passos curtos e hesitantes.
“A rigidez de braços e pernas tem a característica de parecer que estamos mexendo uma engrenagem (roda dentada). Já o tremor chama bastante a atenção e costuma surgir com os braços em repouso”, comenta o Dr. Tensini.
Tensini explica que esses são os principais sintomas e, com a evolução da doença, é percebida também a perda do equilíbrio, dificuldade ao falar e engolir, depressão e demência.
A doença de Parkinson pode atrapalhar no trânsito?
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Segundo Dr. Tensini, durante a fase inicial do Parkinson há pouca limitação ao dirigir. Entretanto, a bradicinesia reduz a velocidade de reação e se torna uma limitação no ato de dirigir.
“O tremor só atrapalha para dirigir quando realmente intenso. Outros sintomas que podem atrapalhar incluem olhos secos e sensibilidade à luz. Como o piscamento é reduzido, os olhos ficam mais secos e sensíveis à luz, dirigir a noite pode ser impossível”, destaca.
Já as fases onde a doença de Parkinson pode evoluir para demência acontecem tardiamente. “Quando surge já nos primeiros anos, tem a característica de fazer a pessoa esquecer o ‘como se faz’ as coisas”, explica Spina.
Vale ressaltar que alguns remédios podem causar sonolência e impedir a direção segura.
Existe cura para quem possui Parkinson?
Infelizmente não existe cura para o Parkinson. O que existe são tratamentos que reduzem os sintomas para melhorar a qualidade de vida do paciente.
“Esses tratamentos incluem diversos remédios e combinações de remédios para aliviar os sintomas, abordagens de fisioterapia e terapia ocupacional e cirurgia com uso de eletrodos profundos no cérebro”, finaliza Dr. Tensini.
Por fim, em uma combinação de tratamento adequado, o paciente de Parkinson pode ganhar até mais de uma década de qualidade de vida.
E você, sabia sobre o Parkinson? Comente aqui embaixo!