Quais as causas de um mal súbito no trânsito?
O Portal do Trânsito conversou com dois cardiologistas, que detalham os principais sintomas, causas e dicas de prevenção
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Você sabe o que um mal súbito? De acordo com a cardiologista, Dra. Nicole Lother, o termo se refere a uma perda de consciência inesperada e repentina. Essa condição pode estar relacionada a doenças do sistema cardiovascular ou cerebral, condições metabólicas, desidratação, quedas da pressão arterial, entre outras.
Vale ressaltar que o mal súbito é totalmente diferente de morte súbita, ou seja, não há relação entre esses dois quadros.
“Mal súbito é diferente de morte súbita. Muitas vezes o mal súbito pode significar um desmaio (síncope), na qual ocorre uma perda de consciência, seguida de recuperação espontânea”, destaca Dra. Nicole.
Por outro lado, o cardiologista e professor de medicina da Uniderp, Dr. Carlos Eduardo Zanoni, cita que o mal súbito é um aviso do corpo de que algo não está bem. “O mal súbito não é uma doença em si. É um aviso do nosso corpo de que algo não está bem. Pode ser a manifestação de um infarto, arritmia cardíaca ou mesmo de um AVC”, salienta.
No entanto, a Dra. Nicole alerta que dependendo da causa do mal súbito, o quadro pode evoluir a uma parada cardiorrespiratória.
“Dependendo da causa, principalmente se for em decorrência de arritmias graves ou infarto agudo do miocárdio, o quadro pode evoluir em pouco tempo para uma Parada Cardiorrespiratória (aí sim configurando um quadro de morte súbita), sendo necessário intervenção médica rápida a fim de reverter a situação”, complementa.
Quais são as características prévias de um mal súbito?
O mal súbito pode acontecer sem manifestar sintoma algum. Porém, alguns sintomas prévios podem anteceder o quadro:
- Dor no peito
- Falta de ar
- Palpitações
- Sudorese
- Tontura
- Confusão mental
- Alterações na fala / compreensão (sinal de AVC)
- Paralisia do rosto ou braço / perna de um só lado do corpo (sinal de AVC)
- Alterações visuais (sinal de AVC)
- Alterações no equilíbrio / coordenação motora (sinal de AVC)
- Dores fortes de cabeça (sinal de AVC)
- Crises convulsivas
Por que é comum ter um mal súbito no trânsito?
Para a Dra. Nicole Lother, o uso excessivo e indevido de medicações (ou de estimulantes) pode levar ao mal súbito.
“Algumas medicações podem causar sono, perda de reflexo, hipotensão, hipoglicemia e, consequentemente, a possibilidade de mal súbito. Outro exemplo é o uso de alguns antidepressivos, que podem comprometer os reflexos e a coordenação do motorista”, realça.
Além disso, jejum prolongado, dieta e hidratação inadequada podem aumentar o risco.
Para a especialista, os motoristas também podem estar submetidos a situações de estresse que os colocam em risco, o que aumenta a incidência de picos de pressão. “Isso pode ser o deflagrador de quadros de infarto ou AVC, por exemplo. O estresse é considerado um grande Fator de Risco Cardiovascular e, pode sim, contribuir para um mal súbito”, detalha a Dra. Nicole.
Para o Dr. Carlos Zanoni, esse quadro pode acontecer em qualquer situação. “No trânsito em específico, pode ser uma situação muito grave, já que a pessoa pode evoluir com fraqueza, tontura ou até mesmo desmaio, ocasionando acidentes automobilísticos graves e até fatais”, diz.
Qual a prevenção do mal súbito?
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Para o Dr. Carlos Zanoni, a prevenção às doenças cardíacas é fundamental para ajudar a combater os casos de mal súbito.
“Acompanhamento médico periódico, alimentação saudável, atividades físicas regulares, tratamento de condições como hipertensão arterial, diabetes e obesidade são medidas fundamentais”, finaliza.
Dra. Nicole Lother concorda e complementa: “Manter um estilo de vida saudável, com alimentação adequada, hidratação adequada, controle do estresse e prática regular de atividade física”, detalha.
Por fim, a especialista ressalta a importância do controle dos fatores de risco, em especial hipertensão, diabetes e o colesterol elevado.
“A realização de check-ups laboratoriais e cardiológicos regulares também é indicada na prevenção, a fim de identificar e tratar precocemente algum problema já existente”, finaliza a Dra. Nicole Lother.
E você, já conheceu ou conhece alguém que teve um mal súbito no trânsito? Comente aqui embaixo!
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