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23 de dezembro de 2024

Comportamentos de risco podem tornar o trânsito a 5ª causa de morte


Por Mariana Czerwonka Publicado 27/01/2015 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h57
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Comportamento no trânsitoInvestimentos em educação, infraestrutura e legislação são apontados como essenciais para evitar a situação

Alguns comportamentos podem levar o trânsito a se tornar a 5ª causa de morte no mundo até 2030. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,24 milhão de pessoas morrem por ano em decorrência de acidentes de trânsito. As vítimas mais vulneráveis são crianças, pedestre, ciclistas e idosos. No Brasil, em 2013 foram 54.767 mortes, segundo levantamento da Seguradora Líder – DPVAT. Entre os principais fatores de risco estão excesso de velocidade, bebida e direção, falta do uso de capacete, do cinto de segurança e de sistema de retenção infantil, além de comportamentos de risco, como ultrapassagens proibidas, disputar rachas nas vias, entre outros.

Para o diretor da Perkons, Luiz Gustavo Campos, investir em educação no trânsito, infraestrutura e legislação eficaz é fundamental para a redução do número de acidentes e para evitar que o trânsito seja a 5ª causa de morte. “Não é apenas uma questão de comportamento, é preciso vontade política para investir em infraestrutura e para ter uma legislação eficaz e fazê-la ser cumprida. É preciso ensinar crianças a se comportarem de maneira segura, seja qual for o papel que exerçam no futuro: motorista, pedestre ou passageiro. O jovem precisa ter uma formação completa e direcionada para entender as consequências de ações imprudentes e para os adultos é necessário reforçar a adoção de boas práticas”, afirma.
Com a colaboração de todos, governo e cidadãos, o diretor da Perkons acredita que é possível mudar a realidade e diminuir a violência viária. “É um longo caminho, mas se as ações forem planejadas e cumpridas, é possível. Intervenções efetivas para a redução de fatalidades no trânsito incluem a incorporação de medidas de segurança nas rodovias, melhorias e planejamento para a ampliação do transporte público, investimentos nos quesitos de segurança dos veículos, garantia de velocidades adequadas (para cada tipo de via, veículo e condição climática), uma legislação abrangente e efetiva e eficiência no cuidado das vítimas pós-acidente”, sugere. Os aparelhos de monitoramento do tráfego, gestão de dados, restrição ao uso do automóvel e de fiscalização também auxiliam na segurança de condutores, passageiros e pedestres, complementa Campos.
Pessoas que vivem se arriscando levam o comportamento também para o volante
A psicóloga especialista em comportamento de trânsito e diretora do departamento de crimes de trânsito e perícias da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), Julieta Arsênio, afirma que as pessoas se comportam no trânsito tal como vivem. Portanto, pessoas cautelosas levam este comportamento para o trânsito e os que têm o perfil de correr riscos dirigem também de maneira perigosa. “Alguns dirigem se arriscando com a sorte, até o dia que chega sua vez”, frisa.
O comportamento ideal no trânsito, de acordo com a psicóloga, é o daquelas pessoas conscientes, que sabem o que estão fazendo e que percebem quando cometem deslizes. “Todos nós temos algumas imperfeições e temos de reconhecê-las e imediatamente voltar às ações consideradas normais, que viabilizem o trajeto de forma adequada”, completa.
A especialista destaca ainda que, se aquilo que está em vigor não aponta bons resultados, é melhor abandonar esses procedimentos e criar novas alternativas que sejam mais eficientes. “O artigo 254 do CTB, trata de proibições ao pedestre, passíveis de multa. Porém, na prática não se aplica essa determinação. Desde 1997, quando se instituiu o Código, os artigos sobre pedestres mantém-se os mesmos. Entretanto, por que manter regras ao pedestre se não se faz cumprir a legislação?”, questiona.
Julieta conclui que, a educação para a o trânsito ainda é o caminho mais eficiente e barato para se reduzir os acidentes. “Para que isso ocorra é preciso que o trabalho não se limite a campanhas pontuais, como acontece com a Semana Nacional do Trânsito. A educação para o trânsito deveria ser uma disciplina escolar, como já acontece em outros países. Só assim se cria uma cultura, desde a infância, de que essas regras devem ser respeitadas, tanto pelo motorista quanto pelo pedestre”, finaliza.
Com informações da Assessoria de Imprensa

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