Álcool e velocidade: está mais do que comprovado que essa mistura pode ser fatal

O prejuízo que o álcool produz na capacidade de dirigir é decorrente de seus efeitos nas funções motoras e cognitivas.


Por Mariana Czerwonka
álcool e velocidade
A mistura de consumir álcool e dirigir em alta velocidade muitas vezes é fatal. Foto: jes2uphoto para Depositphotos

Recentemente alguns sinistros de trânsito chamaram a atenção pela violência e, principalmente, por terem elementos em comum. No Rio de Janeiro, no final de semana passado, um homem que tinha acabado de se casar foi atropelado e morto ao atravessar uma avenida. Já em São Paulo, em março, um motorista de aplicativo morreu ao ter seu veículo atingido por um Porsche. De acordo com as investigações, nos dois casos, os condutores que causaram os acidentes estavam dirigindo em alta velocidade, possivelmente sob efeito de bebida alcoólica.

Citamos apenas dois casos, mas o número é muito maior. Conforme o estudo Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2023, do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), embora não existam estatísticas precisas sobre o número de mortes por acidentes de trânsito atribuíveis ao álcool no Brasil, o CISA estima que, em 2021 (ano analisado), 10.877 óbitos poderiam ter sido evitados se o álcool não tivesse sido consumido.

De acordo com o estudo, o prejuízo que o álcool produz na capacidade de dirigir é decorrente de seus efeitos nas funções motoras e cognitivas.

“A combinação desses efeitos resulta em atrasos na tomada de decisões e na incapacidade de reagir aos estímulos presentes no momento de dirigir”, afirma a publicação.

Álcool + velocidade= mistura fatal

Conforme Eliane Pietsak, pedagoga e especialista em trânsito, existem condutores que abusam da velocidade após consumirem bebida alcoólica ou outra substância psicoativa, por se sentirem mais corajosos, desinibidos e “no controle” da situação. “A lei existe para coibir esses comportamentos, porém, desafiar a autoridade é considerado “comum”. No entanto, não podemos aceitar isso. Infelizmente a fiscalização não consegue ser onipresente. Para isso, seria necessário ter um agente por pessoa habilitada fiscalizando cada “passo” dado, o que é impossível”, menciona.

Para a especialista, cabe então, a cada condutor a responsabilidade de fazer do trânsito um lugar melhor.

“É preciso ter mais empatia, respeitar as leis e cumpri-las. E, acima de tudo, assumir a responsabilidade que vem com a concessão da CNH. Excesso de velocidade nunca é bom (nada em excesso é), associado ao consumo de qualquer substância, seja álcool ou drogas, é uma combinação, na grande maioria das vezes, fatal”, conclui.

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