“Tão importante quanto conhecer as leis de trânsito e ter a habilidade para dirigir, ser um bom condutor significa ser um condutor responsável. Precisamos tornar o trânsito brasileiro mais humano e mais seguro, e isso é uma responsabilidade de todos”, explica Celso Alves Mariano, especialista em trânsito e diretor do Portal.
Segundo o especialista, um começo de atitude responsável pode ser, por exemplo, optar por estudar para a vida, e não simplesmente para passar na prova do Detran. “E é aí é que muitos cometem um grande erro, acabam aprendendo apenas o suficiente para serem aprovados e não com o objetivo de se capacitarem para enfrentar um dos trânsitos mais perigosos do mundo e serem condutores responsáveis por seus atos”, diz.
Para assumir essa condição é preciso entender que dirigir, apesar de ser uma atividade muito útil e prazerosa, também pode tornar-se a fonte de muitos problemas e aborrecimentos, afinal, o trânsito brasileiro tornou-se um ambiente muito inseguro. E demonstrar todo esse conhecimento e tranquilidade na hora da avaliação não é uma tarefa fácil.
De acordo com dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), em 2014, 53,86% das pessoas que tentaram tirar a carteira na categoria B (automóvel, caminhonete, camioneta, utilitário) e 35,15% na categoria A (motocicleta, ciclomotor, motoneta ou triciclo) no Estado acabaram reprovando.
Para a especialista Márcia Pontes uma das principais dificuldades dos candidatos à primeira habilitação é a ansiedade, a insegurança e o nervosismo. “Só que muitas vezes esse conjunto de sintomas é provocado por um tipo de ensino que não conseguiu provocar uma aprendizagem significativa. Por exemplo, muitos candidatos vão para o teste sem saber pisar nos pedais, sem conhecer e dominar as combinações de pedais, sem tê-los explorado um a um em suas diferentes graduações de pisada para o controle do carro. Vão para a baliza se orientando por pontos de referência que mais confundem do que ajudam”, explica Pontes.
Ainda de acordo com a especialista, os principais erros cometidos durante a prova prática são: não dar seta para sinalizar a manobra (3 pontos), deixar o carro morrer após o início da prova (2 pontos), baliza (eliminatório), engrenar as marchas de forma incorreta (2 pontos), não observar regras de ultrapassagem e de mudança de direção (3 pontos), invadir a preferencial durante o percurso (eliminatória).
Para ajudar você o Portal do Trânsito consultou os especialistas, Celso Mariano e Márcia Pontes, e separou algumas dicas para quem vai enfrentar essa etapa.
Dicas para ir bem
– Durma cedo na noite anterior para estar com os reflexos “em dia”.
– Afaste os pensamentos destrutivos e sabotadores que negativam sua autoestima: pense positivo!
– Antes do exame, dê uma volta (se possível com o veículo de sua autoescola) pela região onde será feita a prova.
– Use roupas e sapatos confortáveis.
– Crie um roteiro com o que você deve fazer assim que entrar no carro: posicionar os espelhos, arrumar o banco e colocar o cinto de segurança.
– Seja um dos primeiros: isso vai ajudá-lo a não se contaminar com os resultados negativos dos outros.
– Não faça comparações: cada um aprendeu à sua maneira; fizeram ou não mais aulas, tiveram um instrutor mais paciente e que explica de forma que facilita o entendimento, outros não.
– Ser aprovado de primeira não é o objetivo e isso não faz de ninguém um motorista melhor que os outros: isso chama-se treino de fundamentos básicos.
– Não sinta-se o único culpado pela sua reprovação: o sistema de formação de condutores têm vários outros atores, cada qual com suas responsabilidades. O modo como o instrutor ensina e acalma o candidato também faz toda a diferença.
– Faça exercícios de respiração e relaxamento: isso vai ajudar a ficar mais calmo, menos tenso, menos preocupado.
– O examinador não é um bicho de 7 cabeças: ele apenas quer ver como você vai dirigir com segurança depois de habilitado.