As resoluções e o impacto na formação de condutores
O mês de março de 2018 está registrado na história como o mais instável dos últimos tempos no que se refere a Legislação de Trânsito. Na verdade, não se pode dizer que já houve outro como este. Foi marcado pela publicação simultânea de cinco Resoluções, sendo que uma delas, a que mais impactaria na formação de condutores no país, a tão esperada Resolução 726/18 que viria substituir a Resolução 168/04, acabou sendo revogada na íntegra dias depois, após uma espera de quase sete dias pela sua publicação integral, pois seu texto teria anexos que não foram publicados de imediato. Esse ainda é um mistério para todos que atuam na área.
Em se tratando de Educação, qual o impacto desse publica e revoga, na formação de condutores?
Efetivamente, para os alunos que já estão em formação, o impacto é pequeno, mas, com certeza, a descrença nas instituições ganhou mais alguns pontos importantes. Dificilmente, algum de nós, sendo ou não da área de trânsito, ficou satisfeito com toda essa ciranda de resoluções, a opinião negativa foi praticamente unânime. A população de forma geral foi muito bem informada sobre a questão de cursos obrigatórios para renovação da CNH.
O foco principal deveria ter sido a formação dos condutores pois, se comparada a um doente terminal, a Resolução 168/04, estaria respirando com a ajuda de aparelhos em UTI há muito tempo.
A formação de condutores, da forma como foi apresentada na Minuta da Resolução 168, salvo algumas incoerências, erros de digitação (SIM) e exageros, poderia ser avaliada como um marco importante tendo em vista o seu foco na melhoria da formação dos condutores. Muito mais moderna e dinâmica, como a educação deve ser. Seria uma evolução do que temos hoje. Pedagogicamente falando, não seria possível qualquer comparação com a ex atual Resolução.Já, a Resolução publicada e revogada dias depois, parecia uma colcha de retalhos, ficou bastante descaracterizada quando comparada a sua Minuta.
A opinião de todos, usuários do trânsito, é que algo precisa ser feito e com urgência para a redução de mortos e feridos no trânsito. A fiscalização não é tão eficiente como deveria: equipamentos sucateados, agentes despreparados, poucos fiscais para a quantidade de usuários do trânsito são alguns fatores que impedem que os resultados sejam mais efetivos. E some-se a isso a falta de educação dos usuários, dentro ou fora de veículos.
O que se pode fazer? Que tal investir em Educação?
Educação para o trânsito desde a Educação Infantil até o Ensino Superior como determina o CTB complementada com uma melhor Formação de Condutores é a aposta que todos devemos fazer para redução dos altos índices de acidentes de trânsito no país.
É uma solução tão simples que é quase impossível entender porque ainda não foi colocada em prática: com educação para o trânsito nas escolas, teríamos pessoas com um entendimento muito maior do que é prevenção, cidadãos melhores e consequentemente condutores com mais respeito às regras de trânsito e, aí quem sabe, não precisássemos de tantas Leis, Resoluções e Portarias…fica a dica!