Especialistas do setor apontam que não existe solução definitiva. Vendendo ou mantendo, o certo mesmo é que vai se perder dinheiro. “Um carro zero desvaloriza até 15% no primeiro ano. No segundo, a perda pode chegar a 20%. Com dano, a desvalorização pode chegar a 30%”, comenta o consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive. Ele ressalta ainda que, por lei, se um veículo passa por uma colisão, seu documento deve registrá-la, não importa se ela foi de pequena ou grande monta. Garbossa salienta que, na negociação com uma loja do ramo, o comprador, pela experiência, logo reconhecerá que algo está fora da ordem. “A partir do momento que fica com o carro, a loja se torna responsável por ele. Por isso, vai depreciá-lo na hora da compra”.
Uma alternativa em caso de acidente grave e de haver seguro, segundo ele, é negociar com a seguradora. “Ela pode ficar com o carro como se fosse perda total e separar peças para vender”. Gerson Burin, analista técnico em pesquisa e desenvolvimento do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi), admite que “riscos de problemas adicionais sempre existem”. Porém, ele frisa que as técnicas de reparo de hoje permitem serviços a contento em casos de batida de médio porte. “Todo reparo é possível. Mas deve-se procurar peças de boa procedência e avaliar a qualidade do serviço executado”.
Autor do livro “O Segredo dos Carros”, que trata das variantes que envolvem negociações, Michael Oliveira afirma que, para aqueles que decidirem encarar o desafio de providenciar o reparo, o melhor é recorrer às peças paralelas. “Elas custam de cinco a seis vezes menos. O ideal é você comprar e entregar a quem vai realizar o serviço”. Ele dá como exemplo uma situação vivida há algum tempo. “Bati o carro e o orçamento para a reforma ficou em R$ 18 mil. Comprando as peças, gastei R$ 3 mil. Arrumei e depois vendi”.
Fonte: A Tribuna