Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nossos sites, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar o Portal do Trânsito, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

OPAS/OMS reúne especialistas para responder às principais questões sobre velocidade no trânsito


Por Mariana Czerwonka Publicado 10/05/2017 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h27
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Velocidade_OPASEstudos indicam que 40 a 50% dos motoristas ultrapassam os limites de velocidade impostos.

No marco da 4ª Semana Mundial das Nações Unidas sobre Segurança no Trânsito, de 8 a 14 de maio, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) convidou diversos especialistas para responderem dúvidas frequentes sobre os perigos e consequências da velocidade excessiva no trânsito. As respostas estão disponíveis em vídeos curtos dos especialistas na página da OPAS/OMS no Facebook.

Um ponto importante sobre a discussão relacionada à velocidade excessiva é como as lesões e mortes no trânsito impactam nos sistemas de saúde pública. “Isso drena recursos que poderiam estar sendo utilizados em muitas outras áreas necessitadas”, pontua o Representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina. Segundo ele, as mortes e a quantidade de pessoas feridas também têm um grande impacto em outros setores da sociedade, como a previdência social.

David Duarte Lima, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), explica que a ideia de aumentar a velocidade para ganhar tempo não passa de uma ilusão.

“Foi feita uma experiência na Alemanha, com dois motoristas, e para um foi dito: ‘Olha, corra o máximo que você puder’ e para o outro, ‘Dirija na velocidade da via, se adapte às normas de segurança’. O motorista rápido e intrépido freou muito mais, correu muito mais risco e ganhou apenas 3% do tempo. É um ganho absolutamente irrisório”, afirma.

Na mesma linha, a coordenadora de Segurança Viária da WRI Brasil, Marta Obelheiro, destaca que, muitas vezes, a redução da velocidade esbarra na “ideia equivocada” de que pode haver aumento no tempo de congestionamentos. “Isso não acontece. Na Austrália, por exemplo, a velocidade foi reduzida de 60 km/h para 50 km/h e essa redução foi associada a um aumento dos tempos médios de viagem de apenas 9 segundos por deslocamento, ao mesmo tempo em que evitou quase 3 mil acidentes com vítimas por ano. Ou seja, as cidades podem reduzir os limites de velocidade sem aumentar os congestionamentos”.

Etienne Krug, diretor de Prevenção da Violência, Lesões e Incapacitações da OMS, explica que, quanto maior a velocidade, maior a probabilidade de lesões e mortes no trânsito. “Se um veículo anda a 50 km/h e toca em um pedestre, a probabilidade de morte vai ser de 20%”, afirma. No entanto, se a velocidade de uma via for de 80 km/h, a probabilidade de óbito acaba triplicando (quase 60%). “É por isso que dedicamos a Semana das Nações Unidas sobre Segurança no Trânsito à velocidade, porque é tempo de agir e sabemos o que temos que fazer”, comenta Krug.

O coordenador-geral de Educação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) do Brasil, Francisco Garonce, desmistifica também a crença de que existe uma “indústria da multa” no Brasil e no mundo. “É uma grande mentira. Até porque, para que essa ‘indústria’ sobreviva, você precisa cometer infrações”, argumentou. Para Garonce, seguindo a legislação e os limites de velocidade, as pessoas podem tornar o trânsito mais seguro e salvar milhares de vidas.

Victor Pavarino, consultor sobre segurança no trânsito da OPAS/OMS no Brasil, ressalta que essa fiscalização é importante, mas deve vir acompanhada de outras medidas de gestão da velocidade. “De forma resumida, as medidas propostas pela OPAS/OMS são basicamente projetar ou modificar as vias com elementos de moderação de tráfego; limites de velocidade compatíveis com a função e com o entorno das vias; fazer cumprir os limites de velocidade; incorporar tecnologias como assistente de velocidade e frenagem autônoma de veículos; e ações de educação sobre a velocidade”.

Os vídeos também pode ser acessados aqui.

Limite de velocidade

Aproximadamente 1,25 milhão de pessoas morrem a cada ano em vias de todo o mundo. Estudos indicam que 40 a 50% dos motoristas ultrapassam os limites de velocidade impostos. Motoristas homens, jovens e sob influência de bebidas alcoólicas são mais propensos a estarem envolvidos em acidentes relacionados à velocidade. Os acidentes de trânsito continuam a ser a principal causa de morte entre os jovens com idade entre 15 a 29 anos. Estima-se que custam aos países entre 3% e 5% do PIB e empurram muitas famílias para a pobreza.

Campanha

A Semana das Nações Unidas é uma oportunidade única de advocacy, que contribui para atingir as metas 3.6 e 11.2 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ambas relacionadas à segurança viária. Por ocasião da Semana, a OMS lançou também a publicação “Save LIVES: a road safety technical package”, que detalha 22 medidas fundamentais baseadas em evidências consideradas mais prováveis de ter impacto nas mortes e lesões no trânsito, incluindo um item relacionado à gestão da velocidade.

As informações são da OPAS/OMS

Receba as mais lidas da semana por e-mail

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *