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No Rio, Lei Seca reduz em 43% o número de motoristas alcoolizados em oito anos


Por Mariana Czerwonka Publicado 20/03/2017 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h29
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Operação Lei SecaO número de pessoas alcoolizadas flagradas ao volante vem caindo gradualmente no estado do Rio de Janeiro. Foto: Divulgação Detran/RJ

A Operação Lei Seca, criada em 19 de março de 2009, completou ontem (19) oito anos de existência. Neste  período foram registradas mais de 17 mil ações de fiscalização por todo o estado, com mais de 2,4 milhões de motoristas abordados. Destes, cerca de 167 mil pessoas apresentavam sinais de embriaguez e tiveram suas carteiras de habilitação recolhidas pela Lei Seca. Devido a estes dados,  uma missa em agradecimento foi celebrada na Igreja da Candelária, no centro do Rio.

Segundo a legislação de trânsito em vigor, quem é flagrado dirigindo sob a influência de álcool ou de qualquer substância psicoativa, terá a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa por 12 meses, pagará multa de R$ 2.934,70, terá retenção do veículo até a apresentação de um condutor habilitado e o recolhimento do documento de habilitação. E, caso seja flagrado novamente, no período de até 12 meses, a multa será aplicada em dobro, passando a ser R$ 5.869,40. Além do aspecto educativo e de fiscalização, a Lei Seca também gerou bons resultados para a segurança pública do estado. Durante as blitzes, foram capturados 152 foragidos da Justiça. Os agentes também recuperaram 146 veículos roubados e apreenderam 64 armas de fogo.

Segundo o coordenador-geral da operação, tenente-coronel  da Polícia Militar (PM), Marco Andrade, hoje é um dia para ser comemorado. Segundo ele, a Lei Seca vem cumprindo a risca o seu papel de conscientizar a população sobre os riscos de dirigir embriagado e de diminuir o índice de acidentes.

“Além disso, a gente busca interagir no cotidiano das pessoas à necessidade para mudar o estilo de vida.  Ao longo desse período temos números expressivos e significativos que comprovam a eficiência da operação, com a redução de 43% no número de motoristas alcoolizados.”

Agentes da operação fizeram ações de conscientização ao longo do dia de hoje (20) em diversos pontos do centro. O número de pessoas alcoolizadas flagradas ao volante vem caindo gradualmente no estado do Rio de Janeiro desde a implantação desta lei, segundo o governo do Estado. Nesses 8 anos, o percentual de motoristas embriagados nas blitzes era de 7,9%. Passados 8 anos, esta média caiu para 4,5%, ou seja, houve uma diminuição de 43% nas incidências de alcoolemia.

Exemplo

No final de 2008, o adolescente Thayrone Amaral de Souza, ainda menor de idade, com apenas 17 anos, resolveu pegar a moto para ir até a casa da namorada por volta da meia-noite após passar o dia bebendo com os amigos. Thayrone se chocou em um buraco na pista durante o percurso, e foi arremessado contra uma caçamba de entulho que o fez ter lesões na clavícula, costela e ainda uma perfuração no pulmão. Hoje, o rapaz trabalha como agente da Operação Lei Seca e diz que o ocorrido serve como exemplo durante as abordagens que faz.

“Espero que ninguém escute o que eu ouvi dos médicos naquele dia. Saber que nunca mais poderá andar é sofrido demais. Por um bom tempo eu só conseguia chorar e lamentar pela bobagem que cometi. Graças a Deus, hoje,  eu tenho muito orgulho e prazer de fazer este trabalho de conscientização, porque meu erro pode servir de lição para jovens que têm a mesma idade que eu tinha naquela época. Aliás, esta é uma lição para todos. Do mais velho ao mais novo,” disse.

Em alguns casos, mesmo se a pessoa não estiver alcoolizada pode acabar se envolvendo em um acidente no trânsito. Esta foi a história de Orlando Silva, que não ingere bebida alcoólica, mas entrou em um veículo conduzido por uma pessoa embriagada. O motorista, após beber seis latas de cerveja, cochilou na direção e acabou perdendo o controle do carro. O automóvel capotou oito vezes, segundo ele, ocasionando uma lesão na medula. Assim como Thayrone, Orlando também, atualmente, trabalha como agente da Lei Seca e procura alertar sobre os outros riscos que a bebida traz.

“Como foi exatamente o meu caso. É curioso, pois nunca botei uma gota de álcool na boca, mas caí no erro de entrar em um carro conduzido por um motorista embriagado. A bebida é um inimigo forte da direção, como o meu caso pode comprovar. Eu não tinha nada a ver com aquilo e acabei me acidentando gravemente. E ele, que havia bebido todas, saiu ileso. É uma luta diária, mas que muito me orgulha, pois estamos aí podendo ajudar várias pessoas a não errarem”, disse Orlando.

As informações são da Agência Brasil

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