Tem certeza que você cumpre as regras de trânsito?
Neste capítulo da série O Idoso na Mobilidade Urbana, seu Antônio afirma que nunca quebrou regras de trânsito. Será que nossa sociedade age assim também? Leia o post de ACésarVeiga.
Dizem os devotos que “Deus”, na criação de tudo que existe, foi um habilidoso planejador de regras.
Primeiro criou o Universo, abraçando desta forma leis físicas fantásticas.
…de “lambuja” criou a Natureza tal qual a conhecemos. (e assim, de maneira meticulosa e instigante, esbanjou os regulamentos da bioquímica)
E no “gran finale” criou o homem, para em seguida criar a mulher – isto de maneira muito discutida pela ciência até hoje, pois dizem alguns que tal “crença” é teórica, insensata e equivocada. (mas não vem ao caso agora)
Mas, assim que instalados na Terra, numa investida ousada, Adão e Eva logo quebraram regras; e o pior, arremessaram a culpa na pobre da “serpente”. (bem, a consequência se sabe! A “coitada” carrega este “embrulho” até hoje)
E a partir deste incômodo filosófico, seguiram os dois “culpados” mundão afora, molhados pelo oceano da insensatez.
Alguma oposição ao relatado até agora?
– Em caso de dúvida, espie o mundo a nossa volta! (por vezes sinto um vácuo interior, acreditando que “Deus” está muito triste conosco)
O costumeiro é que mais cedo ou mais tarde quebraremos alguma regra, além de precisarmos em determinadas situações utilizar de concessões humilhantes mesmo contra nossa vontade. (isso em nome de um objetivo coletivo que nos obriga a agir fora dos protocolos)
Somos uma sociedade governada pelo individualismo e não pela ética. (será a “decadência” se manifestando? A maioria das pessoas nem sabe o que é isso)
Os políticos quebram regras, os líderes religiosos quebram regras, a mídia quebra regras. (soube que até algumas espécies de animais estão quebrando regras. Será que aprenderam conosco?)
Seu Antônio se considera um privilegiado quando diz:
– “Nunca quebrei regras!” (será?)
Nas vias urbanas são enormes os abusos cometidos pelos cidadãos, vejam os condutores, por exemplo:
– Não treinam gentileza com os demais condutores, pedestres e ciclistas;
– O respeito às normas de sinalização está desaparecido;
– Jogam “lixo” nas vias urbanas pela janela dos veículos;
– Conduzem o automóvel falando no celular e/ou se alimentando;
– Acionam a buzina de forma descontrolada;
– Trafegam pelas vias portando “prepotência” e “falta de educação”;
– Não acolhem os “agentes fiscalizadores”;
– Procedem como cidadãos parcialmente ou plenamente isentos de ética;
– E constantemente desejam uma mobilidade urbana que assista exclusivamente a eles. (a tudo isso seu Antônio disse um estrondoso “Eu não!”)
Persiste ainda o egoísmo, que transforma as metrópoles em cidades assustadas, empobrecidas e humilhadas pela imensa ausência de bons hábitos.
Não pensem que esqueci dos “amigos” pedestres e ciclistas, pois esses também não ficam atrás na corrida das atitudes grosseiras e individualistas. (claro, sabemos que não dá para generalizar, mas…)
Em síntese, há um quebra-quebra de regras total e irrestrito. (são na sua totalidade atitudes mais espertas do que inteligentes)
A esperança é de que haja “mudança de atitude” do condutor, que trata usualmente a “educação para o trânsito” como responsabilidade secundária, motivando para que a lógica do senso comum seja inútil.
O ser humano tornou-se especialista em descumprir regras, e com isso permanece na infância cidadã quando o assunto é sociedade.
Em vez de enfrentar e resolver, escolhe adiar e amortecer, fazendo que o problema permaneça assombrando o futuro de todos, tal qual o fantasma de um cadáver insepulto. (até parece tentação!)
Mas resta o consolo espiritual de que até “Cristo” (o Jesus) foi tentado. (e cá entre nós, “Ele” foi vitorioso)
Poderíamos imitá-lo neste quesito!
Como?
– Ficando grávidos de bom senso;
– Afeiçoados da gentileza;
– E repletos de atos voltados não mais para o “EU”, mas sim para o “NÓS” e para o “TODOS”. (creio que assim, “Deus” ficaria um pouco mais contente conosco. O que acham?)
A mudança, qualquer que seja, requer confiança, certeza, empenho, perseverança, foco, coragem, determinação e uma vontade de assumir o “risco”…
…então, segurem seus chapéus e boa viagem, porque o “risco” se refere à verdade, fé e ir atrás do que é honesto, a partir do espaço individual da integridade.