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21 de novembro de 2024

Serão os “motoristas de aplicativo para dispositivos móveis” profissionais do trânsito?


Por ACésarVeiga Publicado 19/01/2022 às 21h00
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ACésarVeiga traz o relato do Seu Antônio quando precisou usar o serviço de um dos motoristas de aplicativo. Leia mais um capítulo sobre “O IDOSO NA MOBILIDADE URBANA”. 

Por diversas vezes Seu Antônio utiliza o serviço de motoristas de aplicativo na localidade onde mora. “É mais em conta do que pegar taxi” – comentou.

Visitas ao médico, assim como compras no supermercado e outros compromissos são os itinerários no seu cotidiano. (mas a preferência é caminhar ao ar livre)

Encontrei esse antigo amigo no posto de vacinação do bairro, e quando me viu imediatamente bradou estrondosamente:

 

– Acabei de me incomodar com um motorista de “Aplicativo”.

Como sua fala transcorreu em tom melancólico e com apetite de indignação procurei não adicionar gasolina na fogueira e passei a virar somente ouvidos.

Disse ele:

– Ao vir para cá utilizei o serviço de “Aplicativo”. Chegou com atraso. (até ai tudo bem! – comentou)

Assim que me sentei no veículo, no mesmo instante fui tratado com indiferença – parecia que o “fulano” estava fazendo desmedido favor a mim…e “começou” com ataque grosseiro e brutal.

O “despreparado” expeliu gratuitamente uma forma prescrita de “grunhido”:

Arghgrrr. Acho que foi isso!
(um ruído absolutamente intoxicante e melancólico, que com imensa dificuldade traduzi como: “cheguei com atraso de dez minutos pois estava muito longe da sua casa”)

E então, a ação ficou quente e pesada entre nós, pois, confesso que a repulsa ficara tatuada na minha expressão facial.

Aparentou que o “motorista” queria zombar da minha perícia de idoso jovem, ameaçando meu orgulho e reputação. (tipo aquela sinuca orquestrada pelo “distrato” e o “descaso”)

Incontrolavelmente o arsenal da minha “paciência” se esgotou, bem como pensei que não deveria esperar em agonia aquele engolir de sapos durante mais tempo.

Mas – o “mas” foi decisivo -, achei melhor encontrar uma solução diplomática, pois não estava a participar de nenhum concurso para “radialista”, e assim fiz moradia no silêncio – que também é um valor fundamental – evitando futuras discussões.

Mas no íntimo passei a assumir que estava diante de uma enorme decepção…(fiquei desiludido e desapontado tal qual o lobo que perde o “pelo”, mas não perde o instinto)

Mas dessa inflação de “falta de educação” – do profissional do volante, é lógico –, algo importante ficou decidido. Sentenciei não deixar mais, que a expectativa de fazer uma viagem tranquila de “Aplicativo” evaporasse.

Claro que não desejava “mais um” desapontamento amargo, e nem que a situação viesse a oportunizar risco de colisão de conduta, pois não sou de colocar beleza no sofrimento.

Então desta forma “ficou decidido”, que sempre que ocorrer qualquer indício por parte do “motorista”, que “eu” anuncie como possibilidade de surgir um breve futuro sombrio, ou mesmo uma personificação absoluta de “insanidade desamparada” da parte dele, acreditem…
…grito como uma criatura viva!

E num gesto “sério”, manifestarei que podemos estar nos metendo numa encrenca e que “eu”,
sou a única pessoa que pode nos tirar dela.

E se ainda assim, o “dito” motorista tomar uma atitude que supere a minha intuição, tanto quanto a imaginação, prontamente exigirei que “pare”.

Desfaço a filosofia da angústia e aparentando ser contraditório gritarei ao mal-educado ou sem educação que PARE!

Desço, e vou caminhando – ou de ônibus -, para o dito destino.

E confiem, que não ousarei olhar para trás nem mesmo para pegar um novo impulso!

Simplesmente sigo meu rumo…

…rumo este, tal qual a do menino que lépido e faceiro, não admite que sua alegria acabe tão cedo e nem que a possível morte, se intrometa na sua vida.

Seu Antonio, em estado de desvairado alívio, após destilar aquela fúria lentamente acumulada e longamente contida, como se houvesse passado uma esponja sobre o ocorrido, ofertou um sorriso. (um belo e singelo sorriso)

E assim…Bem, chegamos a gloriosa vacina que foi aplicada com gentileza ímpar.

Despedi do “Seu Antonio” e fui para casa pensando:

– Parece completamente equivocada a ideia que determinados motoristas de aplicativo ostentam sobre “autoconhecimento” e, também da verdadeira “importância” que simbolizam para a mobilidade urbana.

Percebemos que nem todos os heróis usam capas…
…e que alguns, classificados como “bons condutores”, de forma apropriada sabem exercitar a responsabilidade coletiva quando solicitados. (e agindo assim originam certa ponta de esperança em nós usuários)

A ironia é que tanto aqueles motoristas “cumpridores do seu dever”, quanto os “que não o cumprem” – e que prosseguem no caminho do desrespeito -, e infelizmente como se fossem TODOS, passam a ser completamente desqualificados pela população. (uma contradança entre “imoralidade” e “ética”, que passa a ser amadurecida no mesmo tempo e na mesma estufa)

É como se estivéssemos olhando em volta e não vendo nem Deus e nem os anjos.

Para certos condutores – e aqui estão inseridos todos os tipos – o desconhecido e o proibido são a mesma coisa! (cena bastante penosa e frequente no cotidiano urbano)

Avançam com o sinal no vermelho. (como se a “vida alheia” fosse mercadoria)

– Ultrapassam pela direita dos outros veículos ou pelos acostamentos, assumindo o papel de “público”, de “audiência”, de “telespectador”; e em tempo algum, de “participante”.

– Não orientam o passageiro a usar o “cinto de segurança” quando estes se sentam no “banco de trás”, preferindo desta maneira a cegueira e o adormecimento. (como se usassem “borracha” na escrita da responsabilidade)

– Trafegam em alta velocidade e de forma imprudente, assim como outras “coisitas” desumanizadas a mais.

Por vezes, determinados motoristas de “Aplicativos”, por exemplo, deveriam ser avaliados em separado. (sim, de forma preventiva, para diagnosticar se estão impregnados daquela imensa disposição a “toques de leviandade”)

Uma desesperança – bem se sabe, mas a realidade revela que utilizar determinados “Aplicativos” é viajar com o desconhecido…

Alguns até, como atores, passam a atuar como se desejassem interpretar no palco da via urbana,
o consagrado “humano sonso”. Aquela figura lendária que cotidianamente encara sua profissão como mais uma “chateação” da vida, e que assim, tenta ostentar o seu límpido e belo “aborrecimento particular”. (tal qual “defeito” de semente que morre sem ao menos florescer)

A realidade é que certos condutores estão dirigindo por aí de costas para a Sociedade e para o Cidadão. (Triste)

Abraços…

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