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21 de novembro de 2024

A difícil missão de ser CICLISTA no trânsito brasileiro


Por Mariana Czerwonka Publicado 06/05/2015 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h32
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Ciclista no trânsitoHá algum tempo discutíamos o perigo de se andar sobre duas rodas no trânsito, falando especificamente das motocicletas. Esse tema continua ainda em discussão, pois nada ainda foi feito –falando de legislação- para frear o número de mortes de motociclistas no trânsito. Porém, hoje o assunto é outro, o ciclista no trânsito.

Desde que a bicicleta virou uma alternativa saudável e sustentável de meio de transporte nas grandes cidades, o número de mortes de ciclistas no trânsito disparou. Em São Paulo, por exemplo, houve um aumento de 34,3% no número de ciclistas mortos em acidentes de trânsito no ano de 2014.  Em números absolutos, foram 47 mortes, ante 35 registradas em 2013. O dado está no Relatório de Acidentes Fatais de 2014 da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Em Curitiba, apenas no mês de abril de 2015, foram oito casos de morte de ciclistas em acidentes nas ruas da capital paranaense. Um levantamento inédito realizado pelo Portal Ir e Vir de Bike mostrou o tamanho do impacto econômico que representaram os acidentes envolvendo ciclistas em Curitiba no ano passado. Segundo a estimativa levantada pelo Portal, os acidentes custaram R$ 28,2 milhões para o município, Estado e União.

O pior é que o crescimento das mortes acontece paralelamente ao avanço de projetos de espaços exclusivos para ciclistas nessas metrópoles.

Devemos levar em consideração que, apesar de não haver dados disponíveis, é visível o aumento da frota de bicicletas nos últimos anos no Brasil, o que explica, mas não justifica esses números.

Estamos diante, novamente, de dois personagens do trânsito que ainda não se entendem: o cliclista X o condutor de veículos. Os “motoristas” ainda não se acostumaram com a presença dos ciclistas nas ruas e diante desse conflito, é previsível qual o lado que sai perdendo. Os ciclistas são usuários mais frágeis no trânsito, qualquer queda pode ser fatal.

Existem dois lados dessa moeda. É preciso que os condutores comecem a levar em consideração a presença dos ciclistas colocando em prática a direção defensiva e respeitando as normas de legislação.

Por exemplo, é obrigatório manter uma distância lateral de 1,5m da bicicleta. Além disso, é preciso facilitar a passagem de ciclistas em cruzamentos e conversões. Outro ponto crucial- e que muitos pecam- é conferir constantemente os retrovisores e cuidar ao abrir as portas do veículo. O condutor precisa entender também que à noite, é ainda mais difícil notar os ciclistas, por isso é preciso redobrar a atenção.

Por outro lado, os ciclistas têm os seus deveres e também precisam respeitar as leis de trânsito, pois parece que eles ainda não se enxergam como parte do todo, não procuram entender e nem obedecem a regras básicas, como, por exemplo, respeitar o semáforo. Isso contribui muito para os acidentes.

Por este motivo, os ciclistas nunca devem trafegar na contramão e nem usar fones de ouvido. Devem ficar atentos e pedalar onde podem ser vistos pelos condutores. É importante também usarem os equipamentos de segurança tais como dispositivos refletivos e capacetes.

O poder público também precisa colaborar proporcionando segurança a esses usuários, seja em relação ao trânsito, quanto aos demais perigos presentes nas vias. Além disso, em vias compartilhadas é preciso que se estabeleçam velocidades máximas menores, pois quanto menor a velocidade, menor a quantidade e a letalidade dos acidentes.

Enfim, se cada um fizer a sua parte, certamente teremos resultados menos desesperadores no futuro.

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