Assunto mais do que batido, mas muito importante: as motos no trânsito!
Esse é um assunto que está em alta em todo o país. A crescente frota de motocicletas no Brasil e o consequente aumento de acidentes envolvendo esse veículo, vem mobilizando setores como o de saúde, da imprensa e do próprio governo para encontrar alguma solução que freie esses números assustadores. Ontem, vi de perto a fragilidade de um motociclista. Estava transitando em uma rua completamente sem movimento perto do meu trabalho, quando meu carro foi ultrapassado por um jovem motoqueiro. Até aí nenhuma novidade, somos ultrapassados a todo momento por eles (inclusive pela direita). Na minha frente, sozinho, ao passar por um buraco (na contramão) o motociclista perdeu o controle do veículo e caiu com o rosto no chão. Passei por ele sem saber o que fazer. Vi que um pedestre se aproximava da vítima e continuei meu trajeto. Eu sei que se parasse ali, atrapalharia mais do que ajudaria, pois tenho pavor de sangue, acho que deixaria a vítima ainda mais nervosa. Não sei o que aconteceu com ele, por estar de capacete acredito que as lesões não foram graves (assim espero), mas para mim ficou muito clara a fragilidade desse usuário do trânsito. Ele não estava em alta velocidade, não estava no corredor entre veículos, enfim, estava sozinho, se desestabilizou em um buraco…e como o próprio motociclista é o para-choque do seu veículo, caiu e se machucou. Isso comprova o que alguns motociclistas dizem: “não existe ninguém que nunca caiu de uma moto, se você ainda não caiu, espere, pois a sua hora vai chegar”. Mais do que uma frase, essa é uma constatação das estatísticas e pesquisas envolvendo motociclistas. Pesquisa divulgada essa semana, feita pelo HC de SP, mostra que aqueles que escapam da morte enfrentam uma dura rotina após os acidentes, às vezes com danos irreversíveis e que os acompanharão pela vida inteira. Além disso, a pesquisa mostrou também que a maior parte dos pacientes que se envolveram em acidentes de moto não é formada por motoboys, mas por pessoas que usam o veículo apenas para transporte. Outra surpresa: dobrou o número de mulheres envolvidas em acidentes com moto. Não vou entrar no mérito dos custos que envolvem o acidente: internação, reabilitação, dias ou meses afastado do trabalho- esses dados você pode conferir nesta reportagem – porque acredito que este fato não sensibiliza boa parte da sociedade. A conclusão disso tudo é que não tem mais jeito. Como disse o médico do HC, Dr. Marcelo Rosa, responsável pela pesquisa, esse é um caso de epidemia. E toda epidemia merece ações de prevenção, como as da Gripe H1N1, por exemplo. Melhoria na formação dos motociclistas (na autoescola), legislação própria (proibição do uso dos corredores, por exemplo), fiscalização eficiente, vias planejadas, conscientização através de campanhas e, principalmente, educação de trânsito nas escolas. Só assim poderemos enfrentar sem medo a dura batalha do trânsito brasileiro.