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07 de setembro de 2024

Transporte público: de quem é essa conta?


Por Rodrigo Vargas de Souza Publicado 18/02/2020 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h06
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Transporte públicoFoto: Pixabay.com

Recentemente, o prefeito de Porto Alegre, Sr. Nelson Marchezan Júnior (PSDB), enviou para apreciação da Câmara de Vereadores da cidade um pacote de medidas que visavam o incentivo ao uso transporte público, o qual ficou conhecido como “Projeto Transporte Cidadão” (saiba mais). Embora tais medidas não sejam inéditas, pois diversas outras cidades pelo mundo já fazem uso de alguma(s) dela(s), o pacote se mostrou não só inovador, pelo conjunto de medidas que sugeria, como muito polêmico, pois transferia a outros modais a responsabilidade de ajudar a custear o sistema de ônibus da capital gaúcha.

Essa é uma lógica não tão bem compreendida e tão pouco aceita por todos. Foi o que pude constatar durante um debate acalorado em um grupo de whatsapp, o qual se propõe a discutir a mobilidade local. Ainda que estivesse de férias, tentei acompanhar a discussão por ter interesse no assunto. E despido de qualquer interesse partidário, me pus a debater acerca dos possíveis benefícios do tal pacote.

No intuito de elucidar meu ponto de vista a um participante do grupo que se mostrava irredutível, utilizei a seguinte analogia:

Como já mencionei em outro artigo, durante dois anos fui síndico do condomínio onde moro. Essa breve experiência me proporcionou um aprendizado enorme no que diz respeito à gestão. Agora, imaginemos que o condomínio seja uma cidade e o síndico seja seu prefeito. Nesse condomínio, existem áreas comuns e equipamentos, como playground, piscina e elevadores, que demandam custos de operação e manutenção que todos devem pagar. Esses custos vêm diluídos na cota condominial de cada morador, mesmo que ele não tenha filhos para utilizar o playground, que ele não utilize a piscina e mesmo que ele more no térreo ou no segundo andar e, por isso, não compense esperar pelo elevador e ele acabe utilizando as escadas mesmo.

Entretanto, quando não temos condições para (ou simplesmente não queremos) manter esses custos, simplesmente procuramos um condomínio que não tenha playground, piscina ou elevadores. É obvio que, em se tratando de uma cidade, a situação não é tão simples, pois nem todos tem condições de mudar pra uma outra cidade onde o custo de vida seja menor… não sejamos tão extremos! Mas reflitamos juntos: por que será que pagar por certas “comodidades” no nosso condomínio não nos incomoda tanto quanto pagarmos por comodidades na nossa cidade? Gerir um condomínio, assim como uma cidade, é beneficiar o coletivo em detrimento aos interesses pessoais.

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