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Planejamento estratégico pedagógico do CFC


Por Márcia Pontes Publicado 15/10/2013 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h41
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CFC proposta pedagogica

Fazer do CFC uma escola de aprendizagem, com um sistema de gestão pedagógica que se torna um diferencial competitivo no mercado porque a marca da responsabilidade social da autoescola fica sendo a aprendizagem significativa e a formação de condutores éticos e cidadãos.

Essa é a proposta do Planejamento Estratégico Pedagógico para CFC’s, que também faz a equipe trabalhar junto, unida, alinhando objetivos organizacionais e educacionais, seguir por rumos claros e objetivos. Quem não quer ser o primeiro nome a ser lembrado quando se fala em CFC? Mas, o que estamos fazendo para que isso aconteça e a referência seja positiva?

Quem é da área sabe muito bem que uma das principais críticas, históricas inclusive, é de que os gestores de CFC’s só visam os lucros, preocupam-se em prestar um serviço burocrático, a chamada “autoescola despachante”, que procura acelerar ao máximo a entrada e a saída do candidato a motorista com a habilitação na mão.

Daí em diante, o novo motorista que se vire para aprender a dirigir de verdade, para enfrentar todos os perigos do trânsito, que não são poucos.

Nem vou entrar em outras críticas ainda mais contundentes, muitas comprovadas pelas notícias na mídia porque a questão aqui não é dar paulada em ninguém. O objetivo é apresentar uma sugestão para que os CFC’s continuem sendo empresas com personalidade jurídica própria, que pagam seus impostos como todo mundo nesse país, mas que assumam e se comprometam com a marca pedagógica da atividade que exercem.

O fato é que não cabe mais um tipo de ensino memorizador e adestrador do futuro motorista e necessitamos urgentemente de uma revisão e atualização pedagógica dos métodos de ensino.

Na era em que estamos vivendo já não se admite mais transferir conhecimentos como se o candidato à habilitação e o futuro motorista fosse um receptáculo vazio a ser preenchido com aquilo que o instrutor sabe, por osmose, como bem diz Paulo Freire.

Para que ocorra a formação é necessário que o candidato tenha autonomia suficiente para interagir com as informações e instruções do instrutor de trânsito, para elaborá-las, pensar criticamente sobre elas e transformá-las no processo de construção do próprio conhecimento.

O que o Planejamento Pedagógico do CFC prioriza é o alinhamento de objetivos organizacionais e pedagógicos, colocando a aprendizagem significativa para o futuro motorista como meta de qualidade total, mobilizando toda a equipe em torno disso.

Fala-se muito que o candidato se preocupa com preços, que busca o CFC mais barato e com ensino duvidoso, que se recusa a comprar mais aulas quando ainda não está pronto para ir para o teste prático, mas tudo o que o futuro motorista busca é aprender a dirigir.

Se esse público, se esse consumidor sabe que existe um CFC que apresenta o diferencial de ensinar a dirigir significativamente para formá-lo de verdade para o trânsito, podem ter certeza que o seu CFC vai se destacar em meio a tantos outros e o preço não vai ser mais critério principal de escolha.

Primeiramente, é necessário que o próprio CFC faça um diagnóstico de seu cenário interno e externo, reconheça os pontos fracos e fortes, as oportunidades e as ameaças de mercado. Ouvir os alunos numa pesquisa é uma estratégia muito rica porque os candidatos são os melhores informantes sobre si mesmos e podem indicar sugestões de melhorias importantes.

A mesma pesquisa pode ser aplicada aos instrutores e os resultados reveladores de muitas coisas que passam “batidas” no dia a dia em relação às satisfações e insatisfações que implicam para o modo como eles ensinam a dirigir.

Você conhece todas as ferramentas para a gestão organizacional e pedagógica de que dispõe? Por exemplo, o Ciclo do Processo de Melhorias do PDCA (Plan=planejar), (Do= executar as melhorias), C (check = checar a realidade) e (Action= Agir para melhorar) e os resultados surpreendentes que isso pode lhe trazer?

O planejamento estratégico pedagógico passa pela identificação da cultura organizacional do CFC (o modo como todos fazem as coisas por aqui); elaborar as políticas e diretrizes do CFC; analisar e rever o plano pedagógico voltado para a aprendizagem significativa.

Passa pela definição da visão, da missão e dos valores do CFC e isso faz muita diferença para o candidato que, já na primeira visita à autoescola, fica ciente do compromisso e da responsabilidade social do CFC que se apresenta e age como uma escola de aprendizagem.

As vantagens vão desde a substituição do adestramento pela aprendizagem significativa e alcançar a liderança tendo as inovações pedagógicas como diferencial; destacar-se no mercado como um CFC comprometido com a aprendizagem significativa de seus alunos e se tornar referência positiva e o primeiro nome a ser lembrado quando se fala em autoescola.

Antes que se disparem as críticas ferozes, ácidas e corporativas é oportuno compreender que estou falando da parte pedagógica, essa que a maioria relega a último plano na hora de reivindicar melhorias para o processo de formação de novos condutores.

Para formar condutores precisamos de profissionais bem remunerados, com condições dignas de trabalho, mas também precisamos de compromisso pedagógico. Não basta mais colocar uma placa em frente ao CFC ou gastar com mídia se dizendo o melhor se não tiver um projeto pedagógico bem definido e se depois de habilitado o seu aluno ainda pergunta para que lado vai a traseira do carro quando ele vira o volante.

CFC precisa de lucros como toda empresa, mas isso deve ser a consequência de um trabalho pedagógico bem feito.

Essa é uma das sugestões que apresento ao Grupo de Trabalho que está fazendo as mudanças necessárias para a melhoria do processo de formação de condutores no Brasil.

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