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07 de setembro de 2024

Formação significativa e preventiva de condutores já é uma realidade


Por Márcia Pontes Publicado 05/01/2015 às 02h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h33
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Formação de condutoresO ano não poderia começar melhor: aos poucos, CFC’s, diretores de ensino, instrutores para candidatos em processo de primeira habilitação e já habilitados estão conhecendo e começando a transformar a forma de ensinar e aprender a dirigir no país. É um trabalho de formiguinha, sem depender de leis, manuais ou das famosas resoluções do CONTRAN, e isso é altamente positivo e transformador em um país em que se depende de leis para tudo (até para tomar iniciativas).

O termômetro que nos permite afirmar que a tão esperada e necessária mudança já começou é o feedback dos profissionais e dos futuros condutores. Pelas redes sociais, por email, postagens e comentários, cresce cada vez mais a demanda por conhecimento do Método Decomposto de Ensino e Aprendizagem Significativa e Preventiva da Direção Veicular. É claro, que acompanhado de toda mudança sempre tem a resistência ao novo, o receio de cair na onda de um suposto modismo e até ranços do corporativismo de quem sempre ensinou a dirigir do mesmo jeito desde que o mundo é mundo. Mas, cresce a cada dia a quantidade de profissionais que estão conhecendo, se atualizando, estudando, inovando e aplicando uma forma significativa e preventiva de ensinar e de facilitar a aprendizagem para o aluno.

Na verdade, as autoescolas estão começando a se cansar de acumular percentuais altos de reprovações e de arcarem sozinhas com a injusta culpa da ineficiência de um sistema inteiro que não funciona. Os instrutores querem cada vez mais fazer a diferença na vida dos alunos e, estes, passaram a entender que não são os únicos culpados pela reprovação. Ainda que nem tudo seja flores, entramos em 2015 com uma esperança ainda maior de que a formação de condutores no país esteja caminhando para a mudança.

Quando se começou a investigar em 2008 como era o processo de formação em países com menor acidentalidade com recém-habilitados o foco estava justamente naquilo que tanto precisamos e começamos a transformar: a prática docente e pedagógica. Um intercâmbio de 6 meses com autoescolas e profissionais envolvidos no processo de habilitação na Suiça e na Itália possibilitou conhecer como se ensinava e como se aprendia a dirigir, com todo o foco no processo pedagógico.

Descobriu-se que por lá o aluno não é jogado no trânsito no primeiro dia para evitar o choque do “tutto súbito”. Descobriu-se que antes de ir para a rua o candidato tinha de conhecer o carro sentando no banco do passageiro antes para ter ideia da dimensão de sua responsabilidade, que tinha de explorar as diferentes graduações e pisadas nos pedais para o carro não “morrer” à toa e para tornar significativo o conhecimento e o uso de cada um. Descobriu-se que uma avaliação diagnóstica do candidato era feita antes de tudo para conhecer um pouco mais do candidato e identificar pistas que explicassem a sua insegurança, as principais dificuldades e o que muitos chamam de medo de dirigir. Essa foi a forma que os suíços e italianos encontraram para lidar com aquele nervosismo do aluno que aqui no Brasil é citado para explicar as reprovações, mas para o qual não se fazia nada para tentar ajudar a resolver o problema.

Também se descobriu que lá, nos países onde o processo de formação de condutores funciona e é menos traumático para os condutores sequer a matrícula na autoescola era necessária até pouco tempo, o que explica a importância do ato docente e pedagógico de quem estava incumbido da missão de formar novos condutores. Em vez de se sentirem desprezados, os instrutores e os CFC’s sempre apostaram na especialização, na formação permanente e no ensino e aprendizagem significativa e defensiva da direção veicular. Isso fez com que, mesmo sem obrigatoriedade de frequentar o CFC, os candidatos fizessem questão de frequentar. Claro que existe uma estrutura complexa por trás disso tudo, mas que por ser orientada para a aprendizagem significativa e preventiva e com valorização de cada um no processo, funciona.

Enquanto o nosso país se mobiliza lá em cima, em Brasília, para fazer novas leis e estudos sobre aquilo que já se vem difundindo desde 2008, a mudança aqui embaixo começa a acontecer prá valer! Palestras em vídeo, videoaulas com os principais fundamentos do ato de dirigir, interações, hangouts, videoconferências com instrutores e alunos, desenvolvimento e distribuição gratuita de novas ferramentas para o processo de formação de condutores já é uma realidade.

Já passa de 15 milhões de visualizações de cada postagem, cada vídeo, cada publicação sobre o Método Decomposto de Ensino e Aprendizagem da Direção Veicular. São milhões de seguidores e o melhor de tudo: o próprio instrutor, candidato, condutor recém-habilitado ou habilitado que não dirige é quem reporta a mudança. Ou é o instrutor que melhorou muito quando passou a tornar a aprendizagem significativa e preventiva, ou é o CFC que passou a reduzir os índices de reprovação, ou é o aluno que passou a compreender e a sentir a diferença na forma de aprender e de dirigir.

Aos poucos as resistências vão diminuindo, o descrédito vai ficando para trás. Há instrutores defendendo em seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) os fundamentos do ensino e da aprendizagem significativa e preventiva da direção veicular. Aos poucos, vai-se quebrando paradigmas, vai-se compreendendo que estava-se criando caso por pouca coisa. Dispor de forma gratuita os fundamentos e os recursos dessa nova forma de ensinar e de aprender a dirigir é uma maneira de difundir conhecimentos e de formar uma imensa rede de trabalho compartilhado em que o diferencial é a mudança de que tanto precisamos: novos condutores dirigindo com responsabilidade, com autonomia, capazes de evitar acidentes por imperícia e tantos outros. Mas, acima de tudo, com engajamento (ainda que tímido) dos CFC’s e seus profissionais.

Aos poucos, vai-se contagiando quem está nas outras pontas do processo de ensinar e aprender a dirigir. Aos poucos, vai-se quebrando paradigmas. Vai-se deixando de culpar só o aluno ou só o instrutor por uma formação ruim de condutores no país. Aos poucos, vai-se chamando cada um à responsabilidade. Não tem melhor forma de se começar 2015. Feliz Ano Novo à todos! Feliz processo de formação de condutores novo.

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