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26 de dezembro de 2024

Dois anos de Lei Seca no Brasil: polêmica e bons resultados


Por Mariana Czerwonka Publicado 30/06/2010 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h54
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foto_materia-lei-seca21A Lei Seca completou, em 19 de junho, dois anos em vigor no Brasil. Com alguns pontos positivos e outros nem tanto. Dados de pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET) mostram que no primeiro ano da lei as internações hospitalares decorrentes de acidentes de trânsito caíram em 28,3%. Já no segundo ano, dados do Ministério da Saúde mostram que o país registrou 2.302 mortes a menos em todo país. O risco de morrer por acidentes de trânsito no Brasil também diminuiu 7,4% no ano seguinte à lei. Dessa maneira, a taxa de mortalidade (divisão do número de óbitos por grupo de habitantes) passou de 18,7 mortes por 100 mil habitantes para 17,3. Em 17 Estados, houve redução no número de mortes. O Rio de Janeiro foi o estado que apresentou maior redução com 32%. Além do Rio, os resultados mais expressivos foram alcançados no Espírito Santo (18,6% a menos), em Alagoas (menos 15,8%), no Distrito Federal (menos 15,1%) e em Santa Catarina (menos 11,2%). É óbvio, que nem tudo são flores, em alguns estados houve até aumento no número de mortes, com destaque para Rondônia (10,6% a mais), Sergipe (mais 9,1%), Amapá (mais 6,9%) e Paraíba (mais 6,5%). Pode-se dizer que o que faltou nesses estados em que cresceu o número de mortes foi conscientização e principalmente fiscalização, que sobrou, por exemplo, no Rio de Janeiro. A Operação Lei Seca foi realizada amplamente no estado, com direito até para polêmica no Twitter, e comprovadamente surtiu efeito. Foi o estado em que mais houve redução de mortes. O triste é que a redução ocorreu pela intensa fiscalização, não pela conscientização da população. Parte dos cariocas tentou até criar mecanismos para facilitar a fuga da Operação e manobras para desviar das rotas determinadas pelas autoridades de trânsito. Como se a Operação ou mesmo a Lei fossem feitas para o mal da população. Sim, faz mal para o bolso e para a consciência dos infratores, daqueles que bebem e saem dirigir sem noção nenhuma do perigo que isso representa, ou pior ainda, com toda a noção do que pode ocorrer e mesmo assim assumindo riscos que podem estar totalmente fora de controle do condutor. As pessoas podem até alegar que as condições impostas pela Lei são exageradas, volta-se a falar no “bombom de licor”, mas infelizmente, se não acontecesse dessa forma, muitas vidas continuariam sendo perdidas no trânsito. Está mais do que provado que falta muito ainda para o brasileiro adotar boas práticas no trânsito apenas por conscientização. O que funciona mesmo, INFELIZMENTE, é mexer no bolso do cidadão. ***Mudando de assunto: externo aqui, publicamente, meu apoio à Elaine Sizilo, nossa companheira, que passou por momentos difíceis essa semana, mas que Graças a Deus, superou e agora está voltando à vida normal. Força Elaine, Alan e Yan!

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