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21 de novembro de 2024

Aula teórica remota na formação de condutores: câmera fechada durante a aula é permitida?

A aula teórica no modelo remoto passou a ser permitida durante o período da pandemia causada pela Covid-19 e passou a ser uma solução adotada por vários Centros de Formação de Condutores em todo Brasil.


Por Mariana Czerwonka Publicado 21/11/2024 às 08h15
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A continuidade das aulas teóricas remotas, mesmo após o fim da pandemia, é vista de forma positiva. Foto: bnenin para Depositphotos

A aula teórica no modelo remoto passou a ser permitida durante o período da pandemia causada pela Covid-19 e passou a ser uma solução adotada por vários Centros de Formação de Condutores em todo Brasil. Neste modelo, a aula continua acontecendo ao vivo (não é um formato de aula gravada como o EAD) e segue os mesmos princípios da educação presencial, onde é possível interagir com o instrutor. A diferença é que o instrutor está num espaço, os alunos em outro e eles estão ligados pelo computador. No entanto, durante esse processo muitas dúvidas surgiram, como por exemplo, o fato de muitos alunos assistirem à aula com a câmera fechada. Afinal, como o Detran fiscaliza a presença do aluno? O Portal do Trânsito foi atrás da resposta.

Conforme os instrutores ouvidos pelo Portal do Trânsito, a situação é bastante comum nas aulas teóricas. Eles dizem que inicialmente, muitos alunos tendem a manter suas câmeras desligadas, mas essa tendência muda gradualmente ao longo da aula. Fatores como o incentivo do instrutor, a dinâmica interativa da aula e a superação da timidez inicial influenciam essa mudança.

“Com a orientação do instrutor logo nos primeiros momentos de aula os alunos seguem a diretriz e abrem a câmera, tornando a aula mais dinâmica e com maior aproveitamento”, explica Gilberto Schutz Junior, diretor geral e instrutor de trânsito, vice-presidente na ASCEFOCON e secretário na Associação Brasileira das Autoescolas (ABRAUTO).

Os instrutores, no entanto, possuem recursos para garantir que o aluno esteja presente durante a aula.

“Oriento sobre a importância de assistir as aulas por questão de prova e também comento que sempre confiro a foto que eles fazem no meio da aula pra ter certeza que estão assistindo. Após a aula se eu desconfiar de alguém que não assistiu eu confiro as validações pois consigo ver a foto que eles fazem e saber se estavam vendo as aulas, caso não estejam no dia seguinte eu já chamo o aluno no particular pra conversar”, contou Alexandre Luchese, diretor de ensino e instrutor teórico em Centro de Formação de Condutores que atua no Paraná.

A continuidade das aulas teóricas remotas, mesmo após o fim da pandemia, é vista de forma positiva e unânime pelos instrutores consultados pelo Portal do Trânsito. Esta modalidade de ensino, segundo os profissionais da área, oferece diversas vantagens que justificam sua manutenção e aprimoramento contínuo. “Acredito que é um meio muito eficaz de disseminar o conhecimento, favorecendo a muitas pessoas que devido a correria do dia a dia não conseguem frequentar no modelo tradicional em sala de aul,a principalmente para aquelas que moram em áreas mais retiradas tenham acesso ao conhecimento dando melhores condições de poder participar do processo de habilitação”, expõe Gilberto.

Luchese também apoia a continuidade das aulas remotas.

“Favorece bastante aos alunos que precisariam se deslocar de muito longe pra vir até o CFC fazer as aulas. Ou seja, isso acabaria tendo um custo a mais que somado ao valor da CNH, acabaria pesando bastante. Além disso, há uma alta demanda pela modalidade remota”, finaliza.

Eficácia

A ABRAUTO, em nota, contribuiu com a entrevista ao Portal do Trânsito falando sobre a eficácia do sistema de aulas remotas. “É importante ressaltar que a eficácia das aulas remotas tem se mostrado equivalente às aulas presenciais. Os instrutores relatam que os índices de aprovação se mantiveram estáveis. Assim, indicando que é possível transmitir o conteúdo de forma clara e eficiente neste formato”, explicou a Associação.

Para aprimorar ainda mais o aproveitamento das aulas teóricas no formato remoto, a ABRAUTO sugere:

  • Uso de ferramentas interativas;
  • Orientação aos alunos sobre ambiente adequado de estudo;
  • Aprimoramento das plataformas digitais com acesso offline;
  • Condução eficiente das aulas pelos instrutores.

“Em suma, a continuidade das aulas teóricas remotas é vista como uma evolução positiva no processo de formação de condutores. Ao combinar acessibilidade, flexibilidade e eficácia, esse formato tem o potencial de democratizar ainda mais o acesso ao conhecimento sobre trânsito, contribuindo para a formação de condutores mais bem preparados em todo o território nacional”, conclui a ABRAUTO.

O que diz o Detran

O Portal do Trânsito entrou em contato com o Departamento Estadual de Trânsito do Paraná (Detran), que esclareceu que não é permitido ao aluno ficar com a câmera fechada durante a aula. “Cabe ao Instrutor do CFC que está ministrando a aula remota fiscalizar e controlar as aulas ministradas com a utilização da plataforma eletrônica se responsabilizando pela divulgação e acesso dos candidatos que optarem pelo ensino remoto e pela postura dos seus alunos. Podendo o instrutor “derrubar” o aluno na aula remota o qual terá que repor a aula”, explicou o órgão em nota.

Além disso, o Detran salientou que cobra prova de vida durante as aulas.

“Quando a plataforma apresenta seus procedimentos para o Detran para a homologação é cobrado que a plataforma disponibilize para os CFCs a prova de vida a qualquer momento”, diz a nota.

Para concluir, o Detran/PR esclarece que a Portaria 024/2020 DG do Detran/PR autorizou a realização de aulas técnico-teóricas do curso de formação de condutores na modalidade de ensino remoto. E a Instrução Normativa nº 005/2021 – COOHA  autorizou a realização das aulas híbridas. Ou seja, os CFCs no estado podem optar tanto na modalidade presencial quanto na modalidade remota.

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