Projeto Vida no Trânsito some em Curitiba
Temos ouvido muitas críticas em relação a campanha “Vó Gertrudes” da Prefeitura Municipal de Curitiba, eu, particularmente, gostei da abordagem. Divertida, diferente, focada, mas não sei se eficiente. Acredito que o tom “humorístico”, se é que pode ser chamado assim, tem como intuito tentar ser marcante para a população, como foi a campanha dos bichos realizada na capital paranaense há alguns anos.
Enfim, não tenho o objetivo de me aprofundar na análise desta ou de qualquer outra campanha da Prefeitura, minha pergunta, como a de muitos curitibanos, é onde está o Projeto Vida no Trânsito dentro da Comunicação e das Ações da Setran (Secretaria de Trânsito de Curitiba)? Nenhuma das peças publicitárias mencionadas tem a logo do Projeto. Nenhum folder da Semana Nacional de Trânsito tem qualquer menção ao Vida no Trânsito. Por que será?
Custo a aceitar, tomara que eu esteja muito enganada, que seja aquela picuinha muito presente em nossa política, de que o Vida no Trânsito foi lançado no governo anterior e por este motivo não se “deve” dar continuidade. Que pena se for isso. Pena maior sentirei se a resposta for outra como o Projeto não tem tanta força assim, ninguém abraçou essa causa, ou uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa…Enfim, qualquer que seja a explicação, a população curitibana perdeu muito. Vou deixar bem claro, não é pelo simples fato de não colocar a logo numa propaganda, mas deixar de lado um projeto tão valoroso e com tantas ferramentas que podem ajudar a diminuir, e muito, a violência no trânsito brasileiro.
Para quem não sabe, o Projeto Vida no Trânsito é uma ação global criada com foco no planejamento e execução de projetos que visam a diminuição dos altos índices de lesões graves e mortes em acidentes de trânsito em vários países. As ações têm como coordenadores a OMS – Organização Mundial de Saúde, OPAS – Organização Panamericana de Saúde, Fundação Bloomberg Philanthopies e Johns Hopkins University (UJH).
São parceiros nas ações os governos dos seguintes países: Rússia, Turquia, China, Egito, Índia, Camboja, Quênia, México, Vietnã e Brasil. As cidades escolhidas para serem contempladas nesta seleção foram avaliadas nos critérios epidemiológicos e estruturais, como por exemplo, a grande quantidade de vítimas com lesões graves e mortes nas vias urbanas, fatores de risco como consumo de álcool antes de dirigir e infraestrutura urbana precária, entre elas a falta de faixa de pedestre.
Entretanto, por outro lado, a coordenação do Projeto levou em conta também a existência de programas de prevenção que esses municípios já possuem e a capacidade técnica e operacional para desenvolverem as atividades propostas para diminuir os números negativos. Curitiba não pode ficar de fora. Se há algo sendo feito, se a Prefeitura realmente dá importância a este Projeto, por favor, a hora de mostrar é agora!