Estudo aponta que R$ 2,95 milhões é o impacto de cada morte no trânsito brasileiro
Para cada pessoa que morre no trânsito brasileiro há um custo de R$ 2,95 milhões para o contribuinte. Ou seja, a cada ano mais ou menos R$ 130 bilhões são gastos com as mortes no trânsito.
Para cada morte no trânsito brasileiro há um impacto de R$ 2,95 milhões para o contribuinte. Assista a entrevista!
Todos somos unânimes em afirmar que uma vida não tem preço. No entanto, um estudo produzido pelo especialista Paulo Pêgas, diretor-presidente do Instituto Zero Morte para a Segurança em Transportes, mostra que a morte tem um custo, e ele está cada vez mais alto. Para cada morte no trânsito brasileiro há um impacto de R$ 2,95 milhões para o contribuinte. Ou seja, a cada ano mais ou menos R$ 130 bilhões são gastos com as mortes no trânsito.
Para o pesquisador, esse número, inclusive, pode estar subestimado. “Os custos são com previdência social, atendimento nos hospitais públicos, fila de espera para cirurgias eletivas e lotação de CTI. E não estamos levando em consideração os 130.000 casos novos invalidez por ano”, argumenta.
Pêgas ainda faz um alerta sobre o impacto desses números na previdência social.
“Eu posso estimar que daqui a quatro anos nós precisaremos de uma outra Reforma da Previdência só para cobrir as mortes no trânsito”, avisa.
Leia aqui o estudo completo.
Soluções
O especialista afirma que nem tudo está perdido e é possível pensar em soluções para essa triste realidade em que vivemos. Um dos primeiros passos é o investimento em preservação da vida. “Cada R$ 1 milhão que se investir em segurança, se esse investimento evitar a morte de uma pessoa, o erário público terá um retorno de três vezes. Ou seja, é uma alavancagem de 200% desse investimento”, mostra.
De acordo com Pêgas, o que está faltando no Brasil é uma visão estratégica a longo prazo.
“No Instituto Zero Morte temos um lema que é zero morte no trânsito até 2038. Eu não falo em zero morte hoje, eu falo num planejamento estratégico de 15 anos. Zero é o único número aceitável mas ele só é alcançável se políticas públicas, estratégias de negócio, de corporações, perceberem que a soma desses esforços vai trazer resultados”, pontua.
Para ele, como diz o tema do Maio Amarelo 2024, cada um deve fazer a sua parte. “Não tem um fator principal, não tem uma causa raiz para a ocorrência de um sinistro de trânsito. Na verdade, existem problemas comportamentais, de vias, de veículos e temos que mudar tudo isso para começar a reduzir as mortes. Não tem solução mágica, cada um vai ter que fazer o dever de casa”, finaliza.
Assista a entrevista completa de Paulo Pêgas para o programa Transit Talk, do Portal do Trânsito, clicando na imagem do início do texto.
Últimos dados sobre mortes no trânsito
Conforme os últimos dados disponíveis do Ministério da Saúde, morreram 33.894 pessoas em decorrência do trânsito brasileiro em 2022. O número é um pouco maior do que o registrado em 2021 (33.813 mortes). Também é maior que o número de óbitos de 2020, quando o Brasil registrou 33.497 mortes por sinistros de trânsito.
Apesar de representar, em números absolutos, um crescimento ínfimo, muitos consideram até uma estabilidade, o dado não é animador e acende um alerta se analisarmos o cenário do trânsito como um todo. Desde 2014 o Brasil vinha registrando, ano a ano, diminuição no número de mortes por acidentes de trânsito, mesmo com o crescimento disparado da frota de veículos. No entanto, a partir de 2020 os números voltaram a subir, principalmente em relação aos motociclistas.
Em 2022, conforme as estatísticas, os motociclistas foram os que mais perderam a vida nas vias e rodovias do Brasil. Foram 12.058 mortes nessa condição. Em seguida estão os ocupantes de automóveis (7.226) e os pedestres (5.387). A faixa etária mais vulnerável está entre 20 e 59 anos.
Esse número não é fiel, parece o Lula falando números aleatórios em seus discursos.