27 de dezembro de 2024

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27 de dezembro de 2024

Quem tem epilepsia pode dirigir?

Confira o que dizem especialistas em trânsito. E mais: como abordar o assunto com conhecidos que sejam portadores dessa condição médica


Por Accio Comunicação Publicado 20/01/2024 às 13h30 Atualizado 25/01/2024 às 10h43
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Confira o que dizem especialistas em trânsito. E mais: como abordar o assunto com conhecidos que sejam portadores dessa condição médica

pontos analisados para renovar a carteira de quem possui epilepsia
Uma crise de epilepsia pode gerar falta de emissão de sinais, descargas ou impulsos elétricos incorretos emitidos pelos neurônios

O programa Com a Palavra*, exibido há algum tempo pela RTVE, promoveu um debate sobre conscientização no trânsito. E entre as perguntas, uma telespectadora perguntou sobre como conscientizar uma conhecida sobre o perigo de dirigir sendo portadora de epilepsia. Afinal, é possível para quem tem epilepsia dirigir? Como saber se quem tem esta condição médica está seguro(a) e apto(a) para dirigir?

Primeiramente, é importante entender que epilepsia é uma condição neurológica na qual há um mau funcionamento do cérebro por um período de tempo. Isso pode ocorrer devido à falta de emissão de sinais, descargas ou impulsos elétricos incorretos emitidos pelos neurônios, que são as células que fazem parte do cérebro.

Adriane Picchetto Machado, psicóloga e especialista em trânsito, explica que quem possui epilepsia pode ser autorizado a dirigir, dependendo do tipo de epilepsia e que tipo de crises essa pessoa tem. “Se ela não está controlada com a medicação, com certeza vai ser um risco para o trânsito. Um ataque epilético de um grande mal, por exemplo, deve durar alguns minutos. E se a pessoa está no trânsito, esses minutos vão ser um apagão e ela não vai ter como reagir ao que acontecer”, exemplifica.

Leia também: Confira o que diz a lei sobre direção para quem tem epilepsia

Celso Mariano, especialista em trânsito, diretor da empresa de educação e segurança no trânsito Tecnodata e diretor do Portal do Trânsito, lembra que “às vezes uma fração de segundos é suficiente para proporcionar um acidente”. Por situações como essa, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê a renovação da carteira a cada 10 anos para pessoas com menos de 50 anos, mas em caso de condições médicas diversas (como a epilepsia), esse tempo pode ser reduzido substancialmente.

Portanto, a renovação de carteira de uma pessoa epiléptica pode ter um prazo diferenciado, de acordo com a condição apresentada por esse paciente. Para a análise, além da realização dos exames físico e de aptidão mental obrigatórios para a renovação da CNH, o médico responsável pelos testes pode também exigir o laudo complementar de um neurologista.

3 pontos analisados para renovar a carteira de quem possui epilepsia

Período de ausência de crises epilépticas: pessoas com epilepsia podem ser autorizadas a dirigir se estiverem livres de crises epilépticas por um período específico. No Brasil, o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) é o órgão coordenador, normativo e consultivo da política nacional de trânsito. Ele considera o tempo de um ano livre de crises como mínimo para autorizar a renovação da CNH.

Adesão ao tratamento: indivíduos com epilepsia precisam estar em conformidade com o tratamento prescrito. Por isso, é necessária uma avaliação médica para determinar a adequação de uma pessoa com epilepsia para dirigir. Isso pode incluir relatórios médicos e, em alguns casos, a aprovação de um neurologista.

Tipo de epilepsia: o tipo específico de epilepsia e a gravidade das crises podem influenciar as decisões sobre a capacidade de dirigir.

Como conversar sobre segurança no trânsito com quem possui epilepsia

Adriane indica que as pessoas devem zelar pela segurança umas das outras. Vale a pena buscar um contato com essa pessoa e até verificar: se ela é um risco realmente para o trânsito, tentar orientá-la”, analisa.

Da mesma forma, Neuza Corassa, psicóloga e autora do livro Seu Carro, Sua Casa sobre Rodas, defende que o diálogo é necessário. E vai além: ela lembra que provocar uma mudança de paradigma pode ajudar muito. “Há uma questão cultural de cobrar muito que você tem que dirigir um carro. Às vezes, a pessoa pode arrumar a vida dela de uma outra maneira, sem ter que dirigir um carro”, exemplifica.

Por fim, ela aproveita para compartilhar uma vivência própria, em que ela organizou a rotina para morar próximo ao trabalho e percebeu que não mais precisava ter um carro. “Você precisa ver a estranheza das pessoas quando não se tem um carro. Na minha garagem agora não tem um carro, e isso causa estranheza nas pessoas. Então tem toda essa cobrança. E ao mesmo tempo tem uma liberdade tão grande de você ir e vir a pé”, comenta.

Considerar, portanto, as particularidades de cada pessoa – como a condição atual de saúde e a rotina de vida – é uma forma eficiente de promover o diálogo. Em suma, empatia é a palavra-chave para exercitar uma comunicação que preze pela segurança, sem ser invasivo ou agressivo.

Veja também:

Confira no vídeo a seguir esta entrevista completa, onde foram abordadas formas de trazer maior conscientização aos motoristas de trânsito.

* Entrevista veiculada em 2009. Os cargos contidos nessa matéria podem ter sido atualizados após este período

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