Me envolvi em um acidente de trânsito: o que fazer?
Tenente do Batalhão de Trânsito explica o passo a passo de como agir em acidentes de trânsito com e sem vítimas
Tenente do Batalhão de Trânsito explica o passo a passo de como agir em um acidente de trânsito com ou sem vítimas
Imagine a seguinte situação, infelizmente comum: um motorista bate na traseira de seu carro e foge. E agora, o que fazer? Você sabe como agir para fazer com que esse motorista pague pelo estrago?
De acordo com o Tenente Cristiano Machado, à época relações públicas do batalhão da Polícia de Trânsito, da Polícia Militar do Paraná (BPTran)*, há dois tipos de modalidade de acidente. Com vítima, onde a viatura de política vai no local, fazer o levantamento do local de acidente de trânsito. E sem vítima, onde os envolvidos devem ir até o batalhão de polícia de trânsito registrar o acidente de trânsito.
Desse modo, para fazer um registro de acidente sem vítima, basta comparecer ao local munido dos documentos do veículo e dos dados do(s) veículo(s) que se envolveram no acidente para fazer o registro. “Com esse registro, o cidadão poderá procurar tanto as varas cíveis, quanto o juizado especial. Se o motorista tiver seguro, ele(a) já poderá acionar o seguro de posse dessa documentação”, afirma o tenente.
E mais: lembre-se, sempre que possível, de anotar o máximo de informações, como a placa do outro veículo envolvido no acidente e o contato de possíveis testemunhas que tenham presenciado o ocorrido. As informações serão úteis para fazer o boletim de ocorrência.
Vale, entretanto, ressaltar que é possível fazer o B.O. mesmo que não tenha sido possível anotar a placa ou coletar mais informações.
Alguém bateu no meu carro e fugiu… tenho que comunicar imediatamente?
Antes de tudo, a recomendação é fazer o comunicado tão logo quanto possível, mesmo quando não há testemunhas ou não foi possível fazer fotos ou registro da placa do outro veículo.
“O usuário envolvido no acidente vai ao BPtran prestar uma declaração, vai sair de lá com um documento reconhecido dentro dos nossos arquivos, vai estar indicando qual o tipo de veículo que está envolvido no acidente e, com base nisso ele, pode entrar nas vias legais”, explica Machado.
O importante é discernir quais os dois tipos de acidente que o BPtran vai ao local, dos que não geram a visita da viatura. “É muito complicado fazer o cidadão entender. O BPtran vai primordialmente nos locais de acidente com vítima, para que o levantamento de acidente, a perícia do local, seja realizada com a maior minúcia e que sejam incluídos todos os detalhes. Nos acidentes sem vítima, o BPtran prefere e o Detran orienta que esses acidentes sejam registrados junto ao batalhão, no primeiro dia útil de posse das informações. As pessoas podem comparecer – ambas as partes ou cada um no seu tempo – ao batalhão de trânsito para registrar o acidente”, complementa.
O que fazer em caso de acidente de trânsito com vítimas?
Caso você se envolva em um acidente com vítima, ligue para 190 e acione a polícia. Já se não houver vítima, basta no primeiro dia útil depois do acidente comparecer junto ao BPtran para fazer o registro.
“É importante também salientar que, em casos de acidente com vítima, não remova vítimas nem veículos da via. Então é importante solicitar o apoio tanto do Samu quanto do Siate, acionar o resgate, e fazer com que todos os envolvidos permaneçam no local. Claro que a prioridade nesse caso será socorrer as vítimas, sempre”, complementa o tenente.
Leia também: Como fazer um boletim de ocorrência de trânsito em seu estado
Celso Mariano, especialista em trânsito e diretor do Portal do Trânsito, participou junto ao Tenente Machado de um debate sobre segurança no trânsito. Na oportunidade, ele aproveitou para complementar a informação sobre como proceder em caso de acidentes sem vítima.
“Num acidente em que não tem vítimas é um favor tirar os veículos para não ficar atrapalhando o trânsito”, afirma Mariano. O Tenente concorda e reforça que, neste caso, foco precisa ser garantir a fluidez do trânsito. “As pessoas têm medo de remover os veículos, mas pode remover!”, confirma Mariano. Trata-se de uma atitude consciente de que o trânsito é um local de uso coletivo e que a segurança de todos deve estar em primeiro lugar.
Este debate acima foi ao ar pela RTVE na série de reportagens com o nome de Com a Palavra. Quer conferir esta entrevista na íntegra? Assista o vídeo abaixo:
* Entrevista veiculada em 2009. Os cargos contidos nessa matéria podem ter sido atualizados após este período