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21 de novembro de 2024

Uso da tecnologia ao dirigir: distração ou auxílio?

O uso da tecnologia ao dirigir é um fato que preocupa. Apesar de auxiliar em alguns momentos, a distração presente nesses casos pode ser a causa de inúmeros acidentes que presenciamos nas ruas.


Por Mariana Czerwonka Publicado 06/06/2023 às 08h15
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Uso da tecnologia ao dirigir
Segurar ou manusear o aparelho celular enquanto dirige é uma infração gravíssima. Foto: Depositphotos

O uso da tecnologia no nosso dia a dia é inevitável. Ninguém mais consegue viver sem acessar seu smartphone em situações banais do cotidiano como procurar um endereço, fazer uma compra e conversar com alguém. No entanto, o uso da tecnologia ao dirigir é um fato que preocupa. Apesar de auxiliar em alguns momentos, a distração presente nesses casos pode ser a causa de inúmeros acidentes que presenciamos nas ruas.

Conforme levantamento do Portal do Trânsito, com base no Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf), mais de 280 mil motoristas foram multados, nos dois primeiros meses de 2023, por segurar ou manusear o celular enquanto dirigiam. Média de 4.700 infrações por dia no país. São Paulo, o estado com a maior frota, concentra a maior parte das multas aplicadas. Está em primeiro lugar nesse ranking, seguido de Minas Gerais e Distrito Federal.

Lembrando que de acordo com o artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), segurar e/ou manusear o aparelho celular enquanto dirige é uma infração gravíssima. Como tal, a infração incorre no pagamento de multa de R$ 293,47 e em 7 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Ainda de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet):

  • Usar o celular enquanto dirige aumenta em 400% o risco de acidentes.
  • Digitar uma mensagem enquanto se conduz um veículo a 80 km/h, equivale a dirigir com os olhos vendados, por um percurso de até 100 metros.
  • O uso de celular enquanto se dirige é responsável, em média, por 57% dos acidentes de trânsito, na faixa etária de 20 aos 39 anos.

Dirigir: atividade complexa

Para Adriane Picchetto Machado, especialista em psicologia do trânsito, a tecnologia trouxe grandes benefícios e hoje é impossível viver sem esses equipamentos. “A tecnologia está no trânsito, através do GPS, computador de bordo e a própria direção autônoma. No entanto, dirigir é uma atividade que por si só é muito complexa. O condutor tem que prestar atenção em tudo que está acontecendo a sua volta, e isso chamamos de atenção difusa. Ou seja, o condutor deve estar fazendo uma atenção de varredura procurando todos os indícios e sinais que possam ser importantes para poder concentrar a atenção”, explica.

E, segundo ela, o celular comprovadamente rouba a atenção necessária para que o condutor dirija com segurança.

“O celular é um equipamento extremamente interessante, sedutor no sentido de que ao mesmo tempo que dirigimos é possível assistir vídeos ou mandar mensagens, entre outras coisas. Enfim, isso é um perigo muito grande porque isso nos distrai de toda essa complexidade citada. Acabamos focando em um instrumento que faz com que a gente não preste atenção em tudo que está acontecendo a nossa volta”, argumenta a psicóloga.

Consequências no trânsito

As consequências dessa falta de atenção são bastante conhecidas. “Nós precisaríamos despertar nas pessoas a percepção de risco e respeito pelo trânsito. As pessoas deveriam ter a noção de que nessa situação, como condutores, estamos assumindo riscos e não percebemos o quanto estamos expostos a eles”, conclui.

Veja a entrevista completa de Adriane Picchetto Machado, especialista em psicologia do trânsito, sobre uso de tecnologia no trânsito:

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