26 de dezembro de 2024

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nossos sites, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar o Portal do Trânsito, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

26 de dezembro de 2024

Explosão de carros com GNV expõe os riscos da falta de fiscalização


Por Pauline Machado Publicado 08/04/2022 às 17h17 Atualizado 08/11/2022 às 21h12
Ouvir: 00:00

Alta de preço dos combustíveis levou a uma explosão de carros com GNV. Cuidados devem ser tomados!

De acordo com a Federação Nacional dos Organismos de Inspeção Veicular (FENIVE), o aumento no preço dos demais combustíveis atrai novos consumidores e houve uma explosão de carros que optaram pela conversão para o Gás Natural Veicular – GNV. Isso deve levar à fiscalização ser mais reforçada, incluindo o atendimento nos postos, sobretudo após o registro de dois episódios de explosão de veículo GNV na mesma semana.

Um dos casos foi registrado em março, quando um cilindro contendo Gás Natural explodiu dentro de um carro e destruiu o veículo, em um posto de combustíveis na região entre Fortaleza e Maracanaú, no Ceará. Com o impacto da explosão, o cilindro foi arremessado a cerca de 60 metros do posto, atingindo um segundo carro e uma parede que ficou danificada pelo objeto.

O segundo caso ocorreu também em um posto de combustível, em Ramos, Zona norte do Rio de Janeiro, quando o equipamento de GNV explodiu, danificando completamente o veículo e o teto do posto.

Para evitar que acidentes como esses aconteçam é importante seguir algumas medidas de segurança durante o atendimento de veículo com GNV em postos de combustíveis:

  • Solicitar o selo do GNV;
  • Deve-se desligar o motor do veículo;
  • Deve-se desligar todos os componentes da parte elétrica, como faróis e equipamento de som;
  • Não utilizar o telefone celular;
  • Os ocupantes do veículo devem aguardar em local seguro, afastado do veículo;
  • Equipamentos elétricos e eletrônicos devem permanecer desligados;
  • O porta-malas e o capô devem ficar abertos;
  • O frentista deve fazer o aterramento próximo à válvula do abastecimento;
  • É proibido fumar ou usar isqueiros ou fósforos na zona de abastecimento;
  • Antes de ligar o veículo, verificar se a mangueira de abastecimento foi devidamente desconectada.

Importância da inspeção e fiscalização

Estados como o Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Goiás, por exemplo, já contam com legislações específicas que exigem que o motorista comprove o Selo GNV para abastecer o veículo.

De acordo com o presidente da FENIVE, Everton Pedroso, essas situações de explosão ocorrem por uma sequência de irregularidades que se houvesse mais fiscalização, poderiam não ocorrer.

“O proprietário do carro instala um equipamento irregularmente, nem sempre faz a inspeção obrigatória e não regulariza o veículo. E na sequência no posto não exigem a apresentação do selo do GNV no momento do abastecimento. O posto tem a obrigação de exigir este selo. Casos como esses de explosão podem acontecer se não estiver tudo dentro dos padrões do Inmetro”, explica Pedroso.

Ele ressalta ainda que a realização da conversão deve acontecer exclusivamente em empresas credenciadas pelo Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). E, dessa forma, devem passar por inspeção técnica para receber o certificado de segurança veicular.

A legislação federal determina a inspeção veicular anual inicial e periódica obrigatória para a renovação do Certificado de Segurança Veicular (CSV).

A inspeção dos carros com GNV tem o objetivo de verificar fixação do suporte, bem como se o cilindro está dentro da validade e se tem alguma avaria aparente. Além disso, confere o sistema de ventilação, o redutor de pressão, verifica pontos de possível vazamento, entre outras medidas que asseguram a qualidade da instalação do equipamento.

Após avaliação, o proprietário recebe o selo de inspeção, que comprova que o kit GNV, naquele momento, não apresentava vazamentos. Bem como, que todos os componentes estavam dentro das normas de instalação e segurança previstas. No entanto, a falta de fiscalização permite que sejam feitas alterações no sistema GNV e até a instalação do kit de conversão clandestinamente. “Há muitos proprietários que fazem a instalação de forma clandestina dos veículos. Além disso, sequer passam por qualquer tipo de procedimento junto aos órgãos competentes, colocando em risco a vida das pessoas”, destaca Pedroso.

Exemplo de Santa Catarina para fiscalização de carros com GNV

Um bom exemplo vem do estado de Santa Catarina. Uma lei em vigor desde janeiro deste ano estabelece como obrigatório aos postos de GNV do estado a liberarem o abastecimento de veículos apenas por meio da identificação eletrônica e validação de autenticação do selo GNV, por intermédio de um chip.

O chip está inserido no próprio selo GNV e é entregue ao consumidor após a inspeção veicular sem custo adicional.

De acordo com o presidente da FENIVE, essa deveria ser uma regra nos demais estados, pois garante um controle maior na qualidade dos equipamentos.

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *