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26 de dezembro de 2024

Lei Seca muda o comportamento de motoristas


Por Talita Inaba Publicado 13/08/2013 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h32
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A intensificação das blitze da Lei Seca em Belo Horizonte provocou uma mudança de comportamento dos motoristas da capital, que agora procuram maneiras alternativas de voltar para casa após beberem em bares e restaurantes, sem ficar na dependência do transporte público, alvo de críticas. A oferta de serviços como os recentes motoristas de aluguel tem sido cada vez mais frequente. Prova da mudança são os números da fiscalização: enquanto triplicou o número de abordagens policiais, caiu a quantidade de motoristas flagrados descumprindo a lei.

Nos primeiros sete meses deste ano, foram 36 mil abordagens, quase três vezes mais que o mesmo período de 2012, quando foram 13 mil – o crescimento aconteceu principalmente porque as blitze se tornaram diárias. Apesar do aumento das abordagens, houve queda de 4% no número de motoristas infratores – 1.259 contra 1.202.

Como O TEMPO mostrou recentemente, os estabelecimentos buscam sempre alternativas para resgatar os clientes, uma vez que muitos optaram por reunir os amigos em casa ou por sair perto de onde moram. Alguns disponibilizam vans, outros pagam a corrida de táxi. Há ainda aqueles que fecham as portas mais cedo e fazem promoções durante a semana, quando os clientes têm menos disposição para gastar.

Por iniciativa própria, os motoristas da capital estão agora descobrindo um serviço, ainda em processo de popularização: o motorista de aluguel. O cliente liga e contacta a empresa quando já está no estabelecimento. O motorista dirige o carro dele, que é seguido por um companheiro em uma moto. O cliente é deixado em casa e os prestadores de serviço voltam na moto.

“Os principais argumentos de quem me contrata são a liberdade e a comodidade de ir direto do trabalho para o bar. Ele não precisa deixar o carro na rua e voltar no dia seguinte para buscar”, justifica o motorista Rafael Nunes. Ele garante que a demanda pelo serviço é crescente e que hoje tem uma cartela de clientes que gira em torno de 90 pessoas. “Começamos em março, e agora já estamos tendo dificuldade para atender todo mundo”.

A motorista de aluguel Cristiane Ramos garante que vale a pena pagar um pouco mais que a corrida de táxi. “Não é caro, porque é uma garantia para o cliente de que ele vai voltar para casa em segurança e que não terá o carro roubado na rua”.

O policial militar reformado José Laerte Cunha, 54, é um dos motoristas que mudaram de postura e não misturam álcool e direção. “Quanto mais serviços à disposição de quem bebeu, melhor. É difícil achar um táxi de madrugada”, destaca.

Fonte: O Tempo

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