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Identificação veicular ganha novas plataformas


Por Mariana Czerwonka Publicado 12/11/2013 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h25
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Chips para identificação veicular

Soluções de trânsito auxiliam no controle da evasão fiscal no País

Até junho do próximo ano, os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) terão de implantar transponders (Tags) de monitoramento eletrônico nos mais de 77 milhões de veículos que integram a frota brasileira. A iniciativa faz parte do Sistema Nacional de Identificação Automática (Siniav) e foi pensada, desde 2006, para atacar o problema do roubo de automóveis, que em 2013 atingiu a marca de 400 mil furtos – número superior à produção anual das marcas Peugeot, Citröen e Renault, juntas, no País.

A solução voltada inicialmente à segurança abriu uma brecha para que as empresas pensem em tecnologias capazes de ampliar também a gama de possibilidades para a utilização das bases de dados e, de quebra, inaugurar uma corrida por novos modelos de negócios. Padrões de gerenciamento de trânsito, acidentes, controles de multas, pedágios rápidos, estacionamentos automatizados em grandes centros urbanos e varejos inteligentes são algumas das alternativas que começam a emergir.

Durante o Press Summit, evento anual da Intel, realizado no final de semana passado em Florianópolis, a empresa anunciou uma solução que contempla todas as pontas de atuação da companhia dentro do nicho. Uma parceira com a Autofind para a fabricação de Tags, gravadores, antenas e leitores de radiofrequência (RFID), segundo o diretor de Inovação Max Leite, torna a empresa a pioneira no desenvolvimento de produtos para todos os ambientes deste processo.

A solução recebeu certificação da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) e está sendo testada por Operadoras de Serviços de Arrecadação e concessionárias de rodovias, em aplicações como pedágio eletrônico com tecnologia RFID de 915 MHZ. “Estamos no leitor, no portal, no banco de dados e vamos chegar à última ponta com o transponder para oferecer uma nova experiência neste contexto de conectividade de dispositivos”, revela.

A implantação do Siniav, na avaliação de Leite, coloca o Brasil em posição de liderança mundial na criação de modelos inteligentes de gerenciamento de trânsito, com potencial de formação de padrões de conduta e rotas alternativas comunicadas diretamente aos navegadores pessoais por GPS. “Hoje não se discute o que se pode fazer, tudo é possível. É preciso discutir o que se quer fazer em termos de interação entre dispositivos, indivíduos e dados. Esse dispositivo é um portal para tudo isso”, comenta.

Neste contexto, o presidente da Autofind, Antonio Calmon, destaca algumas aplicações práticas idealizadas também por políticas públicas. Segundo ele, um levantamento feito junto às secretarias municipais de Fazenda aponta médias de arrecadação adicional acima de 30% somente com a implantação do novo sistema de monitoramento.

Além disso, o controle da evasão fiscal deve ser elevado a um novo patamar. O executivo lembra que em São Paulo, 30% da frota, ou cerca de 2 milhões de automóveis, não possuem licenciamentos e estão inadimplentes em multas e IPVAs. Segundo Calmon, se 10% dessa fatia for regularizada, os custos com os programas se tornariam autossuficientes.

Projetos-pilotos fundamentados na plataforma batizada de WISP já estão em pleno processo de implantação no estado de Roraima. Entretanto, a abrangência das melhorias ficará a critério de cada cidade. Isso porque os municípios podem optar apenas pelo monitoramento intensivo das Leis de Trânsito ou por plataformas bastante complexas que permitem inclusive novas aplicações no varejo inteligente.

Fonte: Jornal do Comércio

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