Pesquisa revela o perfil do ciclista da Via Calma em Curitiba
O estudante universitário Vitor Thomaz mora, trabalha e estuda na região central de Curitiba e usa a bicicleta para fazer seus trajetos diários. A Via Calma, instalada na Avenida Sete de Setembro na metade do ano passado, permitiu agilidade e segurança para ele. “Foi algo muito bom para os ciclistas a criação da ciclofaixa preferencial. O projeto deve ser estendido para outras ruas, e sempre buscando o compartilhamento e o respeito entre todos no trânsito”, diz Vitor Thomaz.
Ele faz parte do grupo (por ocupação) que mais utiliza a via, os estudantes, que representam 15,9% do total. Esse perfil de ciclistas que passam pela Via Calma foi identificado através de uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbanos de Curitiba (Ippuc).
A Via Calma da Avenida Sete de Setembro permite o compartilhamento de uma mesma rota por carros, bicicletas e pedestres. Além de dar espaço para os ciclistas nesta importante via de circulação, o projeto investe em uma mudança de cultura, incentivando o uso de modais alternativos e tirando carros das ruas.
A pesquisa contou com a colaboração do movimento CicloIguaçu e foi realizado entre os meses de agosto e outubro de 2014, com entrevistas de ciclistas em três trechos da avenida – entre as ruas Mariano Torres e Tibagi, entre as ruas Lamenha Lins e Brigadeiro Franco, e entre as ruas Bento Viana e Silveira Peixoto.
Os números do levantamento foram comparados aos de duas outras pesquisas realizadas pelo Ippuc nos mesmos trechos nos anos de 2008 e 2013. Em 2014, foram observados 649 ciclistas, dos quais 365 participaram respondendo as questões do estudo, que incluíram local de moradia, origem, destino, motivo e frequência do deslocamento, idade, sexo, escolaridade, ocupação e renda.
A maioria dos usuários é do sexo masculino, com 87%, mas a presença feminina vem aumentando nos últimos anos, passando de 5% em 2008 para 13% em 2014. Entre as mulheres que utilizam diariamente a Via Calma está a professora de Educação Física Luci Cristina Marangon, que vai ao trabalho sempre de bicicleta, indo do Capão da Imbuia até o Bigorrilho. “Achei ótima a implantação da Via Calma, é uma dos melhores projetos da atual gestão da Prefeitura. Essas iniciativas incentivam a população a andar mais de bicicleta, o que faz bem para saúde e ajuda a diminuir o trânsito na cidade”, destaca.
Os professores formam o segundo grupo, por ocupação, que mais utiliza a Via Calma segundo a pesquisa, representando 5,5% do total de usuários, seguidos de profissionais da área administrativa (4,4%) e profissionais da Construção Civil (também 4,4%).
A maioria dos deslocamentos tem origem na região central da cidade e com destino final também para o Centro. O motivo principal dos deslocamentos é o trabalho segundo 71% dos entrevistados, com frequência de uso diária. O maior grupo de usuários por faixa salarial é o de 1 a 3 salários mínimos, com 39% de ciclistas, seguido dos que ganham de 3 a 5 salários (17%) e de 5 a 7 salário mínimos (12%). O quadro de 2014 é mais equilibrado que as pesquisas anteriores de 2008 e 2013, que apontavam mais de 50% de usuários na faixa de 1 a 3 salários mínimos.
O levantamento confirmou a migração dos ciclistas das caneletas do transporte público para a Via Calma na Av. Sete de Setembro. “A Via Calma é uma ótima opção, fugimos do perigo que é utilizar a canaleta do transporte coletivo. E o compartilhamento tem sido tranquilo, a maioria dos motoristas tem respeitado a ciclofaixa”, opina o biólogo Marcelo Augusto Silva, que faz o trajeto do Bacacheri até a Água Verde para ir ao trabalho.
A pesquisa completa está disponível para download no site do Ippuc (ippuc.org.br). Para acessá-la, deve-se clicar no item Pesquisa no menu ao lado esquerdo da tela, e depois a opção Opinião – na página, clicar no item “Pesquisa com usuários de bicicletas da Via Calma da Avenida Sete de Setembro – 2014”.
Com informações da Assessoria de Imprensa