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Indústria do transporte: a indústria com a qual poucos se preocupam


Por Dirceu Rodrigues Alves Publicado 12/03/2019 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h12
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Indústria do transporteFoto: Pixabay.com

Órgãos governamentais preocupam-se na criação de normas regulamentadoras do trabalho, para proteger o trabalhador e reduzir os custos sobre o próprio governo. Tais ações ocorrem em áreas determinadas e limitadas por muros, que constituem as empresas em geral.

Esquecendo a tal empresa limitada por muros, passamos a contemplar a coisa de maneira globalizada.

As grandes metrópoles não têm normas regulamentadoras que possam regular o transporte no seu desenvolvimento desenfreado e com consequências drásticas sobre toda uma coletividade. Esquecendo o urbanismo, a arquitetura, as facilidades, os “shoppings”, vemos o ser humano sacrificado, submetido a todo tipo de dano, risco e consequências. A exposição a elementos tradicionalmente combatidos dentro das empresas, já que são extremamente nocivos ao trabalhador, são jogados no meio ambiente comprometendo a saúde de todos.

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Nós, como observadores, como verdadeiros “pombos de São Paulo”, voando sobre essa megalópole, vemos a coisa invertida.

A proteção à saúde do trabalhador é coisa essencial para todos nós. Combate aos atos inseguros, condições inseguras, proteção do meio ambiente para melhorar a qualidade de vida no trabalho e a sobrevivência reduzindo o número de acidentes e doenças ocupacionais.

E nós, daqui de cima, vemos uma bela indústria do transporte de grande porte abrangendo toda a cidade de São Paulo. Não vemos muros, não há limites, não há “layout”, as máquinas móveis extremamente ruidosas e poluidoras do ar circulam de maneira desorganizada. Alguma simbologia de segurança vê-se daqui, mas não vemos o respeito às mesmas. Não vemos chefes, gerentes, quando muito deparamos com vigilantes, guardas anotando máquinas que estão em situação conflitante com o que julgam correto.

Entramos num mundo industrial incomensurável. A indústria é a própria cidade onde máquinas de vários tipos, potências e características transitam de um lado para outro, concentrando-se em determinados pontos e em determinados horários.

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Nesta grande indústria estão os trabalhadores do transporte, os motoristas amadores e toda a população a cruzar por entre tais máquinas, ignorando os riscos a que são submetidos.

Quando se fala em máquina, pensa-se em trabalho e em consequência surge à necessidade de regulamentação para proteção ao homem, aparece então o serviço de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.

É nesta mega-indústria que estamos, onde o empresário é o prefeito e todos nós, trabalhadores ou não, somos as vítimas. E eles a combater e fiscalizar as indústrias poluidoras.

Órgãos governamentais circulam na mega-indústria até entrar numa fábrica para avaliar, julgar e condená-la por trazer transtornos à saúde do trabalhador ou ao meio ambiente.

Somos totalmente favoráveis a tal conduta, mas não podemos ignorar os riscos à saúde de todos fora dos limites da fábrica, com exposição 24 horas por dia.

O ruído produzido por essas máquinas que transportam a população é excessivo e capaz de levar o indivíduo à perda auditiva. Além disso, os componentes da fumaça gerada são capazes de produzir problemas sérios. A vibração destas máquinas é capaz de produzir danos circulatórios os mais variados, bem como atuar sobre o sistema músculo-esquelético. Muitas vezes acelerando ou precipitando doenças pré-existentes.

Risco físico, químico, biológico, ergonômico ou de acidentes compõem o mapa de risco de qualquer setor de uma empresa. Na nossa mega-indústria do transporte os mesmos riscos estão presentes.

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A poluição ambiental produzida pelo transporte encontra-se num nível tão elevado que as empresas em geral, em muitos casos, enclausuram-se para reduzir índices de contaminação e com isso dar proteção aos equipamentos e a todo seu pessoal.

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Não tenho dúvidas de que essa indústria desestruturada, conduzida pelo empresário maior que é o Prefeito, necessita em curto prazo de uma atenção especial. Necessita planejamento, “layout”, organização do trabalho para que a higiene ambiental melhore e que as condições de risco à saúde de toda a coletividade sejam reduzidas.

Vejo a necessidade de se incorporar na administração do transporte o profissional especialista em engenharia de segurança, técnico de segurança, médico de tráfego e técnico de enfermagem. São estes profissionais que no seu departamento vão estruturar e criar para as máquinas extremamente agressivas, para o homem e para o meio ambiente, condições favoráveis para uma melhor qualidade de vida. É ela que com a organização vai reduzir riscos, condições inseguras, atos inseguros, atuando sobre as máquinas, homem e meio ambiente.

O gestor da indústria do transporte tem que estar voltado permanentemente para a melhor qualidade de vida daqueles que vivem nesse ambiente.

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