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Mortes no trânsito subiram 3,6% no Brasil em 2014


Por Mariana Czerwonka Publicado 30/06/2016 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h26
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Mortes no trânsitoNão podemos aceitar de modo tão passivo esse massacre.

O número é assustador e desanimador, 43.780 pessoas morreram, em 2014, em decorrência de acidentes de trânsito nas vias e rodovias brasileiras. O número é 3,6% maior do que o registrado no ano anterior. Parece pequeno, mas para quem tem como meta diminuir o índice de redução proposto por Resolução da ONU de 50% em 10 anos, é desesperador.

É muito triste, porque rompe uma sequência de queda. Foram 44.812 mortes em 2012 e 42.266 em 2013, ou seja, houve uma queda de 5,7% de um ano para o outro. Agora, voltamos ao patamar das 43 mil mortes.

Os dados foram levantados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) a partir de números oficiais disponibilizados pelo DATASUS, do Ministério da Saúde.

O estudo

De acordo com o estudo realizado pelo ONSV, a evolução do número de mortes no período de 2010 a 2014, quando considerado a categoria, demonstrou a queda das mortes envolvendo pedestres e ciclistas da ordem de 19% e 10%, respectivamente. Já para ocupantes de motocicleta houve aumento de 19%, seguida de 11% para ocupantes de automóveis e de 15% para caminhões e ônibus.

Quando a análise se dá por região geográfica e leva em conta também o período de 2010 até 2014, é possível notar que apesar de alguns estados terem registrado decréscimo no índice de mortes no período de 2010 a 2014, nenhum deles apresentou comportamento contínuo de redução nos biênios 2010/2011, 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014.

Considerando o índice de mortes por 10 mil veículos para o ano de 2014, o estudo apurou que os estados líderes neste ranking se localizam na região Nordeste. O Piauí (13,5 mortes por 10 mil veículos), Maranhão (13,0 mortes por 10 mil veículos) e Alagoas (12,3 mortes por 10 mil veículos) são também os estados que registraram o pior desempenho no quesito redução da acidentes. Já os melhores resultados foram distribuídos entre estados das regiões Sudeste (São Paulo 2,7), Sul (Rio Grande do Sul 3,2) e Centro Oeste (Distrito Federal 3,5).

Nada melhorou

Em um post de 2014 questionei sobre o que o Brasil tem feito para melhorar os índices e chegar à meta proposta pela Década Mundial. As perguntas que fiz há dois anos continuam sem resposta.

O que adianta aumentar o rigor das leis (mas sem fiscalização, o que torna a lei um fracasso e a sensação de impunidade cada dia maior)? E a infraestrutura viária? As ultrapassagens não são a maior causa de mortes em rodovias do nosso país? E porque ainda existem tantas rodovias não duplicadas e em tão mau estado? A falta de vagas em hospitais?

Esses problemas citados estão além das mudanças de comportamento do cidadão, que são de grande importância também.

Não podemos aceitar de modo tão passivo o massacre, ou melhor, a guerra que vivemos hoje no trânsito brasileiro. Temos que cobrar, temos que mudar, temos que encontrar um jeito de reverter esse cenário.

Precisamos investir em educação de trânsito (nas escolas e na melhoria do processo de formação de condutores), na fiscalização e na engenharia. O famoso tripé, levado à sério. Não temos outro caminho. Não é fácil, mas acredito que não é impossível…

Até o próximo post!

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