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Centro de (trans)formação de condutores


Por Rodrigo Vargas de Souza Publicado 13/11/2018 às 02h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h14
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Segurando a CNHFoto: Arquivo Portal do Trânsito.

Embora pesquisas demonstrem que o interesse pela primeira habilitação tenha diminuído em relação às gerações passadas (leia sobre), muito em função dos altos custos em se manter um automóvel, como já abordei em outros artigos (CARRO QUE MUITO SE AUSENTA, UMA HORA DEIXA DE FAZER FALTA, por exemplo), ainda há uma grande parcela da população que busca a tão sonhada Carteira Nacional de Habilitação ou CNH.

É ponto pacífico que a grande maioria dos acidentes se dão em decorrência de fatores humanos, quase sempre ligados à imprudência, negligência ou imperícia. No entanto, pela minha parca experiência, consigo perceber que os condutores não descumprem as normas de trânsito (descumprimentos que acabam gerando os acidentes) por simples desconhecimento das mesmas, mas pela certeza da impunidade.

A mesma certeza que leva a atos como os que temos ouvido constantemente nos noticiários nos últimos dias aqui em Porto Alegre: “Mais uma professora é agredida por aluno na escola tal…“. Ora, na minha época o professor costumava ser uma autoridade dentro da sala de aula! (você deve estar pensando…). Pois então… serão esses mesmos alunos que estarão, daqui alguns anos, dirigindo nas nossas ruas… infelizmente.

Mas qual a responsabilidade dos CFCs (Centro de Formação de Condutores) sobre esse fato? Mesmo achando que essas instituições têm um futuro incerto, não pelo já mencionado desinteresse demonstrado pelos jovens pela CNH, mas pelos avanços tecnológicos constantes na indústria automobilística (leia O FIM DAS AUTOESCOLAS?), creio que ainda haja tempo para promover uma formação que estimule não apenas uma serialização mecânica dos sujeitos, mas uma formação integral. Assim, talvez, teríamos mais que um Centro de Formação de Condutores, teríamos também um Centro de Formação de Cidadãos.

Mas como conseguir tal feito, visto que a falta de educação que se reflete no trânsito tem suas raízes encrustadas no âmago familiar, passando pelo âmbito escolar? A participação do psicólogo, como já mencionei em RECALCULANDO ROTAS…, fica muito restrita a testagem, que é apenas uma das diversas possibilidades na avaliação de um condutor. Os alunos, por sua vez, frequentemente, encaram a escola como um castigo ou como algo sem uma real aplicabilidade nas suas vidas futuras. Uma solução possível para todos esses “problemas” seria, na entrevista com o candidato a CNH, além da avaliação psicológica, fosse avaliado o histórico escolar, bem como os antecedentes comportamentais do então aluno. Dessa forma, a reciclagem poderia ser feita antes mesmo do condutor ser habilitado e por em risco a sua vida e a de outros.

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