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Apoptose social ou necrose urbana? Onde está a cura para o câncer do trânsito


Por Rodrigo Vargas de Souza Publicado 18/08/2018 às 03h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h14
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Acidente de trânsitoFoto: Freeimages.com

Observando uma árvore que perde suas folhas no outono, é possível concluir o quanto o jornalista, político e escritor Humberto de Campos foi feliz quando escreveu:

A natureza é sábia e justa. O vento sacode as árvores, move os galhos, para que todas as folhas tenham o seu momento de ver o sol.

É muito difícil dizer com precisão o número de células que nascem e morrem em nosso organismo a cada dia, mas estima-se que o corpo de um adulto produza em média 300 milhões de células por minuto. Os tecidos do corpo humano possuem processos contínuos de renovação e reparação, que diminuem à medida que envelhecemos, até que o número de células que morrem ultrapassa o número de células que nascem.

Você pode imaginar que a morte celular seja algo ruim para as células em seu corpo. Em muitos casos, isso é verdade: não é algo bom que as células morram por causa de uma lesão (por exemplo, de um arranhão ou um produto químico). A esses processos, dá-se o nome de NECROSE. Entretanto, também é importante que algumas células de nosso corpo possam morrer – não aleatoriamente, mas de forma cuidadosamente controlada. A esse processo, dá-se o nome de APOPTOSE. A apoptose remove as células durante o desenvolvimento, elimina as células potencialmente cancerosas e infectadas por vírus, por exemplo, e mantém o equilíbrio no corpo.

Não pretendo me aprofundar nesses termos biológicos. A introdução se fez necessária, no entanto, para embasar uma teoria com a qual tive contato durante minha formação. Durante uma aula de Psicologia Experimental, ministrada pelo talentoso professor Vinícius Dornelles, foi a primeira vez que tive contato com o termo emprestado da biologia para a sociedade: Apoptose Social. Segundo o professor, haveria na sociedade algumas pessoas que levam em seus códigos genéticos um potencial autodestrutivo para um equilíbrio social. Prova disso seriam os frequentes confrontos bélicos travados no decorrer da história da humanidade. Contudo, devido à atual falta de guerras em âmbito global, a humanidade, como sempre, precisou buscar estratégias de manter o seu “equilíbrio”, tais como homicídios, latrocínios, discussões políticas, disputas esportivas ou, até mesmo, o nosso bom e velho trânsito!

Embora me pareça extremamente acertada a teoria do professor Vinícius, minha opinião diverge à dele em alguns aspectos. O primeiro, já exposto no artigo A 3ª GUERRA MUNDIAL COMEÇOU. VOCÊ CONHECE O INIMIGO?, é que vivemos sim atualmente uma guerra que poucas pessoas têm conhecimento e outras tantas fingem não ver. Uma guerra silenciosa, porém tão violenta quanto as outras e que mata não só na Síria, nos Estados Unidos, mas também aí na frente da sua casa! Que mata no mundo todo: O TRÂNSITO.

O segundo aspecto diz respeito à organização do processo. A apoptose é um processo organizado, é uma forma de morte celular programada, ou “suicídio celular”. Ela é diferente da necrose, na qual as células morrem devido a um dano, de forma desorganizada. A necrose ocorre quando há a falta de irrigação do suplemento sanguíneo para as células, provocando a sua deterioração. A origem da palavra está no grego nékrosis, que significa literalmente “morte” ou “mortificação”. Diferente da apoptose, a necrose não busca desenvolvimento.

Poderíamos, então, pensar num processo de NECROSE URBANA? No qual, por falta de irrigação de investimentos em infraestrutura, educação e segurança, cerca de 1,2 milhões de “células” morrem anualmente em uma luta desenfreada e descontrolada contra um câncer que parece, assim como todos os outros, estar longe de ter cura. Em tempos de eleições presidenciais, vamos escolher com cuidado quais “células pré-cancerosas” queremos manter no nosso sistema de trânsito.

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