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Apocalipse do trânsito


Por Álvaro J. Pedroso Publicado 23/01/2018 às 02h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h16
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Atento ao fazer a leitura do texto de Celso Mariano de 08/01/2018 referente ao trânsito brasileiro e suas nuances relativas ao ano de 2017, percebi, diante de estudos que venho realizando, que o caos no trânsito vem se implantando há muito tempo no Brasil, representado tanto pelos números frios da estatística, como pela análise projetada por um olhar mais humanizado, representando cenas de fato apocalípticas.

Condutores em alta velocidade, conduzindo seus veículos com as suas CNH’s suspensas ou muitas vezes até cassadas, participando de rachas, ocasionando colisões com outros veículos, muitas vezes superlotados, além de condutores outros, que por diversas razões também não poderiam estar trafegando. Recentemente, o condutor no Rio de Janeiro que perdeu o controle do veículo, invadindo o calçadão de Copacabana é um exemplo claro de condutor que não poderia estar conduzindo, infrator contumaz, ocasionando lesões e mortes, e assim outros tantos dramas diários.

Se observarmos os últimos 5 anos teremos uma media anual de 42 mil mortes e com um multiplicativo de invalidez 10 vezes maior, em torno de meio milhão de pessoas debilitadas anualmente em consequência dos incidentes no trânsito. (Fonte: DPVAT)

Isto tudo atinge o psicológico das famílias envolvidas e a qualidade social de vida de todos os brasileiros, com custos incalculáveis.  Estamos nos destruindo pelo uso indevido dos veículos automotores!

Em janeiro do ano passado (2017) discorri neste portal alertando aos novos prefeitos (“Novos prefeitos e o trânsito”), sobre 5 tópicos fundamentais para melhorar a vida neste ambiente. Qual a necessidade de alertar os prefeitos? Em primeiro lugar, porque o trânsito acontece nas cidades e entre as cidades, e a segurança dos cidadãos é um dever do Estado, sem desconsiderar, é claro, que o trânsito saudável deve ser de interesse de todos.

Volto ao tema, ao me deparar com as barbaridades ocorridas no trânsito nos últimos tempos. Com ênfase, no final de 2017, início de 2018, quando os noticiários nos mostraram os fatos e pode-se constatar que os matadores do trânsito sempre tinham antecedentes infracionais relevantes.

Como citei em meu artigo de janeiro/2017, no tópico 3:

3. Intervenção Imediata para Infrações que geram Risco:

As infrações detectadas por radar – quando graves ou gravíssimas -, devem sofrer intervenção imediata do agentde trânsito, no sentido de inibir a conduta perigosa (nos casos de excesso de velocidade) evitando assim a reincidência, pois a demora da notificação de autuação para chegar à ciência do proprietário do veículo e/ou condutor pode ser tardia – no caso de evitar um evento fatal (condutores que matam no trânsito geralmente são reincidentes em muitas infrações).

As infrações detectadas visualmente pelo agente de trânsito, também devem ter intervenção imediata, inibindo a conduta perigosa (criança sem equipamento de retenção, não estar usando o cinto de segurança, uso de celular, condutor com sinais de embriaguez).

Profissionais gabaritados do setor de trânsito têm chamado à atenção as autoridades sobre como não fazer errado ao legislar e agir, mas eles são “surdos” e a tragédia continua.

Aos profissionais de elite que temos no Brasil, sugiro que convoquemos um fórum de emergência, não para discutir fatos e teses, mas sim para propor uma verdadeira operacionalização estratégica de intervenção para garantir as vidas de todos nós que inevitavelmente vivemos em trânsito.

Neste encontro, para realisticamente abordar o tema voltado para soluções concretas, precisam sentar na mesma mesa os titulares do Contran, do Ministério das Cidades, do Legislativo Federal, dos órgãos municipais de trânsito, dos órgãos executivos estaduais de trânsito, os Comandantes das Polícias Rodoviárias Estaduais e da Polícia Rodoviária Federal, o Chefe do Ministério Público Federal e os profissionais de elite da área de trânsito no Brasil, muitos destes que já lideram instituições da sociedade organizada. Neste momento, todos os envolvidos, de acordo com suas áreas de atuação e unidades da federação onde atuam, apresentarão suas propostas estratégicas de acordo com o PNATRANS (Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões do Trânsito).

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