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PRF inicia operação integrada de combate a acidentes de trânsito


Por Mariana Czerwonka Publicado 17/12/2016 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h31
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Operação na rodoviaCom relação aos motoristas, o foco da operação será o alerta para a utilização do cinto de segurança e o combate ao excesso de velocidade, à alcoolemia e drogadição, por meio do uso dos equipamentos bafômetro e drogômetro.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) deu início ontem (16) à Operação Integrada Rodovida. A ação contará com a presença de 10 mil policiais rodoviários ao longo das estradas federais, que terão o apoio de pelo menos 40 mil agentes de trânsito de órgãos municipais, estaduais, além de policiais militares e profissionais de saúde.

“O diferencial da operação este ano vai ser realmente o trabalho mais integrado entre os ministérios (Saúde, Transportes, Justiça e Cidades) e os estados com os diversos órgãos de fiscalização responsáveis pela questão da segurança no trânsito. Não só de fiscalização, como também de outros órgãos envolvidos, como os hospitais e Samus (serviços de Atendimento Móvel de Urgência)”, explicou Stênio Pires, superintendente da PRF no Ceará e coordenador nacional da Operação Rodovida.

A operação ficará ativa até o período do carnaval e será mais intensa nos trechos considerados críticos pela PRF. Um levantamento do órgão mapeou 100 trechos críticos em rodovias federais de 17 estados. O pior trecho está entre os quilômetros 260 e 270 da BR-101, no estado do Espírito Santo. Os segundo e terceiro piores trechos fazem parte da mesma rodovia, no estado de Santa Catarina.

“Nesses locais, estamos com uma atenção especial na fiscalização, um trabalho conjunto com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), dependendo do tipo da via, se ela é concedida ou não, para reforçar a sinalização ao longo desses trechos críticos de acidentes. Há também um trabalho do Samu, que está realocando viaturas nesses locais para, caso a gente não consiga evitar os acidentes, pelo menos socorrer com mais destreza, com mais rapidez e trazer uma chance a mais de vida aos cidadãos.” afirmou o inspetor.

Desde 2011, quando a primeira operação integrada foi realizada, a PRF registrou a interrupção do crescimento do número de acidentes fatais. Mas, ainda não houve redução significativa. A falha humana continua sendo a principal causa dos acidentes, aliada à condição precária das rodovias. “O que pesa mais é o comportamento do cidadão. A gente tem que observar que o trânsito é algo muito complexo. Então, a falha humana tem sido a principal causa de acidentes, mas, ao mesmo tempo, a rodovia tem que estar preparada para quando ocorrer a falha humana poder absorver ou minimizar a consequência dela”, acrescentou o inspetor.

A PRF chama a atenção para algumas medidas importantes que o  Dnit e a ANTT devem adotar para melhorar a infraestrutura das rodovias. “São vários aspectos, a questão de defesa em locais de abismo, questão de sinalização para o cidadão ter uma ideia melhor da possibilidade de ultrapassagem, muros de concreto de vias de mão dupla para evitar que o veículo pegue outro no sentido contrário. Então, são várias medidas que estão sendo adotadas para que realmente o número de acidentes caia ou, quando ocorra, as consequências sejam menores, lembrou Stênio.

Com relação aos motoristas, o foco da operação será o alerta para a utilização do cinto de segurança e o combate ao excesso de velocidade, à alcoolemia e drogadição, por meio do uso dos equipamentos bafômetro e drogômetro.

A condução responsável de motocicletas também está entre as metas da ação. “Um dos principais fatores desse número de mortes não ter caído é o alto número de acidentes com motocicletas, a exemplo do Nordeste, que hoje concentra 25% dos acidentes com motos, mas responde por quase metade das mortes. Então, vai ser uma fiscalização mais intensa em relação às motocicletas e também à utilização do cinto de segurança. É muito comum nesse período as famílias viajarem com seus filhos, crianças de colo, bebês. Então, vamos intensificar a fiscalização para evitar que acidentes ocorram e tenhamos mortes.

A expectativa é de que neste ano, a nova Lei do Farol também possa contribuir para a mudança de comportamento dos motoristas e pedestres, principalmente em áreas que registram altos índices de atropelamento e colisão frontal, como o Distrito Federal e o entorno de Brasília. Estimativas da Polícia Rodoviária Federal mostram um impacto positivo da lei sobre a redução de ocorrências no trânsito.

“A Lei do Farol é importantíssima, ela traz uma facilidade em dois aspectos: o atropelamento e a colisão frontal, porque facilita a visualização do veículo por parte dos demais usuários. A gente tem percebido uma redução em nível nacional; o número de atropelamentos e de colisão frontal tem caído significativamente – a redução está em torno de 20% a 25%”, destaca.

Custo social

A cerimônia de lançamento da operação teve a presença do presidente Michel Temer, e do ministro da Justiça, Alexandre Moraes. Ambos saudaram a ação da PRF e destacaram o alto custo social gerado pelos acidentes de trânsito. “Quando vejo aqui o custo social e os dramas emocionais, que o ministro Alexandre colocou muito bem, eles são muito grandes, especialmente neste fim de ano, até naturalmente o carnaval. As pessoas ficam um pouco mais animadas e, animadas, às vezes cometem acidentes. Então, esta fiscalização em nome da vida é uma coisa importantíssima, disse Temer na abertura do lançamento da operação.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgados durante o evento, os acidentes em rodovias federais tiveram custo de cerca de R$ 12,8 bilhões em 2014, ano do último levantamento fechado pelo governo. A pesquisa mostra que um acidente com morte gera custo médio de R$ 647 mil.

Para reduzir esses valores, a PRF também pretende aumentar o número de municípios cobertos pelo Sistema Nacional de Trânsito a fim de ter maior controle sobre a ocorrência de acidentes. “Hoje, dos 5.560 municípios, aproximadamente 1.500 estão inseridos no Sistema Nacional de Trânsito. Boa parte das mortes ocorre dentro dos municípios. E aí o objetivo maior hoje do governo federal é, cada vez mais, inserir municípios dentro desse sistema, afirma Stênio.

As informações são da Agência Brasil

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