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Lei que exige aulas práticas noturnas no trânsito é vista com bons olhos


Por Mariana Czerwonka Publicado 09/09/2012 às 03h00 Atualizado 09/11/2022 às 00h07
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Oliver Kovacevich Altaras

Dirigir à noite traz muitas complicações. A visibilidade é menor, os reflexos estão mais lentos, o tráfego é diferente, entre outros fatores adversos. Isso tudo aliado a inexperiência do novo condutor e a irresponsabilidade de alguns, pode ser uma combinação muito perigosa. Saber quando usar farol alto, farol baixo, ou como reagir caso outro motorista faça uso incorreto desses, são apenas algumas capacidades que devem ser desenvolvidas pelo condutor. Hoje em dia, o motorista precisa aprender essas coisas na prática, na rua, já habilitado. Em outras palavras, ele não aprende na autoescola. E a partir de maio, esse quadro deve mudar.

Uma nova lei aprovada em março deste ano prevê a obrigatoriedade de aulas práticas noturnas em CFCs (Centro de Formação de Condutores). Apesar de sua implantação estar prevista para maio, ela ainda não entrou em vigor, apenas aguardando uma Resolução do Contran para regularizar essas aulas. É provável que o custo para tirar a habilitação aumente, já que será necessário um turno extra para os funcionários. As aulas, no entanto, são vistas com bons olhos.

O instrutor teórico Marcelo Antônio Grzybowski, do CFC Cantu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, apoia a nova lei. “A lei é boa, é preciso aprender a dirigir de dia e de noite”, disse Grzybowski. Mesmo assim, ele comentou que alguns cuidados devem ser tomados. “É importante que o aluno esteja acostumado com o carro de dia, antes de partir para noite. Ele deve estar mais seguro com a máquina antes das aulas noturnas”, completou o instrutor. Maria Helena Silva, proprietária do Cantu, acredita que não serão necessárias grandes mudanças para se adaptar à nova regra. “Não será preciso muita adaptação, só haverá um maior custo pelos funcionários. Terá um aumento, afinal será um turno a mais”, disse Maria Helena.

A importância dessas aulas é também reconhecida por Leandro de Souza Silva, diretor de ensino do CFC Jandaia, em Jandaia do Sul, no Paraná. Para ele, tudo que enriquece o conhecimento é positivo. “Sou a favor dessas aulas, a noite é uma condição adversa e deve ser dominada pelo condutor. Ele precisa ter um reflexo noturno na hora de dirigir”, afirma Silva. Ele ainda citou algumas mudanças que deveriam ser feitas. “Faltam inúmeras aulas, falta uma maior cobrança do Detran na qualidade da formação dos condutores”, completou.

Parece ser um consenso entre especialistas no trânsito o fato de que ainda há muitas coisas para serem mudadas em relação à aprendizagem no trânsito. A nova lei ajuda, mas não basta. Para a especialista em trânsito Elaine Sizilo, a noite é apenas uma condição adversa, havendo muitas outras, como a chuva, granizo e neblina. Para que se tenha segurança, é preciso levar em consideração outros fatores. “Estudos comprovam que os acidentes de trânsito não são causados por apenas um fato isolado, mas por uma combinação de fatores, como chuva mais pneus gastos mais alta velocidade”, exemplificou Elaine. Isso tudo envolve a questão de direção defensiva. Marcelo Antônio Grzybowski também destaca a importância da direção defensiva. “Aulas práticas em direção defensiva seriam importantes, especialmente para motos”, disse Grzybowski. A especialista Elaine Sizilo ainda acredita que deveriam haver outros métodos de ensino. “O ideal seria contar com simuladores, programados de forma inteligente com o maior número possível de situações de risco do dia a dia no trânsito”, completou Elaine.

A lei, proposta pelo deputado federal Celso Russomano, é mais uma modificação na formação dos condutores. No entanto, outras, como a obrigatoriedade de aulas em rodovias, já estão em vigor, mas não são cumpridas.

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