Autoescolas têm que começar o ano com simulador
A determinação está na Res.543/15 do Contran. As autoescolas terão até 31 de dezembro para se adaptar
O Contran voltou a tornar obrigatório o uso de simuladores de direção nas aulas práticas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) inicialmente na categoria B e numa segunda etapa para a categoria A. As autoescolas têm até 31 de dezembro deste ano para se adequar a nova determinação. Em nota, o Denatran garantiu que a data não será mais alterada.
Segundo a Resolução 543/15, os candidatos à obtenção da CNH serão obrigados a fazer, no mínimo, 5 horas/aula, no simulador, sendo uma hora/aula com conteúdo noturno. As aulas no aparelho deverão ocorrer após o aluno ter feito o curso teórico e antes de iniciar a prática nas ruas.
De acordo com o especialista Celso Alves Mariano, diretor do Portal do Trânsito, há muita polêmica em torno da forma com que o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) está tratando o assunto. “Há um desgaste do órgão com toda a opinião pública, parece que o trânsito no Brasil não tem pai nem mãe. Desde o kit de primeiros socorros, que foi obrigatório e depois deixou de ser, até casos mais recentes como o extintor do tipo ABC, o exame toxicológico e a obrigatoriedade das cadeirinhas em veículos de transporte escolar”.
Para Celso Mariano, o uso de simuladores na Primeira Habilitação pode sim contribuir, mas não devemos esperar nenhum milagre. Ele aponta muitas outras melhorias no processo de formação de condutores que deveriam ser feitas antes, e que seriam de implementação bem mais simples e barata. Cita como exemplo a qualificação dos Bancos de Questões dos DETRANs que, com perguntas mais bem elaboradas, poderia influenciar de forma contundente a qualidade do processo. “Com perguntas inteligentes nas provas, os CFCs teriam necessariamente que melhorar suas aulas, investindo em metodologia de ensino, bons materiais didáticos, e cursos de aprimoramento para seus instrutores”, afirma.
Recente enquete realizada pelo Portal do Trânsito mostra que a opinião pública está bem dividida. Do total de participantes 52,8% são a favor do uso do simulador enquanto 47,2% se disseram contra a obrigatoriedade da tecnologia no processo de formação de condutores.