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Frota de veículos elétricos no Brasil ainda é inexpressiva


Por Mariana Czerwonka Publicado 20/11/2014 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h01
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Custo elevado está entre as principais barreiras

O veículo elétrico é uma opção de transporte que não polui, é mais silencioso, econômico e possui baixa manutenção, além de ter impostos reduzidos. De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), até agosto de 2014 foram licenciados 558 veículos elétricos no Brasil. O número vem crescendo – eram menos de 100 em 2012 – mas ainda é inexpressivo se comparado com o total da frota tradicional, que representou inserção de 3,7 milhões de veículos novos em 2013.

Segundo levantamento da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), 7 milhões de veículos elétricos – leves e pesados – circulavam no mundo no ano passado. No Japão, se encontra o maior mercado: 11% da frota do país é movida à eletricidade. Nos Estados Unidos, esta parcela é de 4%. No Brasil, atualmente, 3 mil estão em circulação, cerca de 0,04%. Isso se deve ao fato de o custo de um veículo elétrico ainda ser muito alto para o brasileiro, de acordo com o gerente de produtos da Perkons, Ricardo Simões.  “São em sua maioria importados e mesmo com vários projetos do governo propondo descontos em impostos para que o mesmo se torne acessível à população, o custo ainda é elevado”, afirma.

Douglas Wittmann, doutorando do Instituto de Energia e Ambiente da USP, explica que em diversos países há a aplicação de incentivos fiscais para quem se propõe a utilizar o carro elétrico. Os principais benefícios consistem em redução tributária, bônus para aquisição, menor tarifa de licenciamento, estacionamento gratuito e taxa de energia reduzida para a recarga. No Brasil, os veículos elétricos têm isenção de IPVA em sete estados – Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Sul – e alíquota diferenciada em São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.

Além disso, o valor do quilômetro rodado de um carro a combustão, considerando o uso do etanol, é de aproximadamente R$ 0,19. No veículo movido à eletricidade, este valor é R$ 0,05, como mostra estudo da CPFL Energia.

O doutorando comenta que os benefícios de uma grande frota de veículos elétricos variam de país para país e, no caso do Brasil, há uma matriz energética altamente favorável. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia (MME) são 79,3% de participação de fontes renováveis na produção de energia elétrica.

Segundo o presidente executivo da ABVE, Ricardo Guggisberg, o Brasil deve dobrar as vendas de automóveis elétricos. “Queremos que o público conheça a tecnologia e o design dos modelos, que abrem as portas para o futuro da mobilidade no Brasil. A comercialização de veículos elétricos cresce mundialmente a cada ano e o Brasil acompanha esta tendência”, esclarece.

Desafios a serem vencidos pelo transporte elétrico

No Brasil, de acordo com Wittmann, o principal obstáculo para a comercialização de carros elétricos é o preço aquisitivo. “Embora, para efeito comparativo, o custo de combustível se situe em torno de 10% de um veículo similar a combustão, o custo operacional só consegue se equilibrar a partir de utilizações da ordem de 3 mil quilômetros por mês. Isso explica porque boa parte das vendas ocorre para a classe empresarial – frotas, táxis, entre outros – e não para o cidadão comum. O segundo fator, em termos práticos, é a falta de pontos para recarga – apenas 50 carregadores no país”, explica.

Quando se fala em veículo elétrico, não basta considerar somente o aspecto de uso pessoal. Para Wittmann é importante a aplicação também no transporte público, com vistas a reduzir a poluição sonora e ambiental nos centros urbanos. “Com penetração tímida ou não, os veículos elétricos vieram para ficar e representam o amanhã”, completa.

Com informações da Assessoria de Imprensa

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