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Esquecer crianças dentro do carro: como evitar essa grande tragédia?


Por Mariana Czerwonka Publicado 28/11/2016 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h32
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Crianças no carroNão há dados sobre esse tipo de mortes no Brasil, mas nos Estados Unidos estima-se que em média 38 crianças morrem por ano esquecidas em carros.

Um caso semana passada comoveu a população brasileira, em especial os moradores do estado de São Paulo. Um bebê de cinco meses morreu após ser esquecido dentro do carro pelo pai, em Araçatuba (SP). O menino ficou cerca de cinco horas dentro do veículo, segundo a polícia.

A questão é extremamente delicada, quem é pai ou mãe sabe que a pior dor que pode existir é a da perda de um filho. Em todos os casos que já foram relatados na imprensa, fica claro que nenhum dos pais que passou por isso, deixou o filho no veículo intencionalmente. Por que isso tem acontecido com mais frequência? Como evitar?

Não há dados sobre esse tipo de mortes no Brasil, mas nos Estados Unidos estima-se que em média 38 crianças morrem por ano esquecidas em carros.

De acordo com neurologistas que estudam o fenômeno chamado de Forgotten Baby Syndrome (FBS) ou “Síndrome do Bebê Esquecido”, esquecer um filho dentro do carro, pode acontecer com qualquer um e alguns fatores contribuem com essa situação.

Um deles é o transporte de bebês de em cadeirinhas, de costas para o movimento. A regra que é imprescindível para a segurança dos pequenos, favorece a falta de interação com as crianças no caminho, e por este motivo, muitas acabam dormindo. Sem fazer barulho, as crianças simplesmente são apagadas da mente já atribulada dos pais.

Outro fator levantado pelo estudo é a rotina. Muitos pais se acostumam com o trajeto casa-trabalho, e quando mudam esse hábito, por exemplo, não conseguem internalizar a informação, seguem no piloto automático e acabam “esquecendo” o bebê.

Ainda de acordo com a pesquisa, o elemento mais novo, e que pode estar sendo determinante para contribuir ainda mais com essas tragédias é o excesso de informações e o uso de dispositivos eletrônicos no carro.

Os condutores ocupam cada vez mais as mãos enquanto dirigem, mexendo no celular, no GPS, sintonizando rádio e TV ou buscando objetos. A situação é tão assustadora que nos EUA há projetos para aumentar o rigor das leis com o objetivo de diminuir a distração ao volante.

Crianças mais vulneráveis

A maioria das mortes, nesses casos, ocorre por insolação. Uma criança pode morrer de dessa forma mesmo em um dia de temperatura amena, beirando os 23 graus. Há uma razão médica para que isso aconteça, seus organismos são diferentes dos de adultos. O corpo de uma criança pode aquecer cinco vezes mais rápido que um de adulto.

Segundo o NHTSA, órgão americano de segurança, a temperatura dentro de um carro pode subir 20 graus em apenas 10 minutos. Ainda, conforme o órgão, em um dia em que esteja fazendo 26°, a temperatura no interior de um automóvel fechado, pode rapidamente chegar a 40°.

A insolação acontece quando o organismo perde a capacidade de regular sua temperatura interna, parando de transpirar. Os sintomas são perda de consciência, falta de ar, desmaios, vertigens, extremidades arroxeadas, fortes dores de cabeça e delírios.

Como evitar

Algumas atitudes simples de prevenção podem evitar que esse tipo de tragédia aconteça. Nos EUA, uma campanha chamada “Look before you lock” (olhe antes de trancar), incentiva os pais a criarem o hábito de sempre checar o carro antes de trancá-lo. Esse cuidado simples e óbvio pode, senão resolver, ao menos atenuar riscos que uma vida invadida pelo estresse, a pressão e as tecnologias.

Outra recomendação é colocar, junto com o filho no banco de trás, um item integrante da rotina diária do pai, como um celular, notebook ou até mesmo uma chave. Uma vez que o pai perceber o item que falta, automaticamente lembrará do filho na cadeirinha.

Parece triste e cruel pensar dessa forma, mas essa talvez seja a chave para tentar driblar o “piloto automático”.

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