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Doença na córnea aumenta riscos no trânsito, diz pesquisa


Por Assessoria de Imprensa Publicado 18/08/2017 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h24
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Doença na córneaO ceratocone, ressalta, atinge 100 mil brasileiros e responde por 7 em cada 10 transplantes de córnea no país. Foto: Freeimages.com

Relatório do seguro obrigatório DPVAT que indeniza quem sofre acidente de trânsito mostra que das 192.187 vítimas nos seis primeiros meses deste ano, 49% ou  94.167 eram  jovens de 19 a 34 anos, sendo que neste grupo 58% eram motoristas.

Pesquisa realizada pelo oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, perito em medicina do trânsito e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego) mostra que  o ceratocone, doença ocular que altera a curvatura da córnea e geralmente aparece na adolescência é um dos fatores que mais contribui com o alto índice de acidentes de trânsito com jovens.  Só para se ter uma ideia, 1 em cada 5 dos 315 participantes no levantamento afirmaram que o ceratocone dificulta a direção, 1 em cada 8 não consegue dirigir à noite e o mesmo índice não consegue dirigir.

O médico explica que isso acontece porque a alteração na curvatura da córnea torna os reflexos mais lentos por desfocar as imagens tanto para longe como para perto, dificulta a leitura das placas de sinalização, aumenta, a fadiga visual, a aversão à luz, o ofuscamento pelos faróis contra e a visão de halos noturnos. “O ceratocone atinge 100 mil brasileiros e responde por 7 em cada 10 transplantes de córnea no país. Trata-se portanto de um grave problema de saúde pública, uma vez que a visão responde por 80% de nossa integração com o meio ambiente”, ressalta Queiroz Neto.

Ainda de acordo com o médico, no início da doença os óculos oferecem boa correção visual, mas a pesquisa mostra que 61% dos participantes só conseguem enxergar bem com lente de contato. As rígidas são usadas por 74% deste grupo porque aplanam a córnea e proporcionam melhor correção visual.

Melhora da visão

A pesquisa mostra também que nem todas  as terapias disponíveis para tratar o ceratocone foram utilizadas pelos participantes. Das que  foram utilizadas o crosslink ainda é temido por 12% do grupo. Queiroz Neto explica  que a terapia  associa riboflavina (vitamina B2) com radiação ultravioleta para aumentar a resistência da córnea em até 3 vezes e estacionar a progressão do ceratocone. O risco de passar pelo procedimento é menor do que não passar quando o paciente tem indicação, afirma.  A doença estacionou em 88% dos que fizeram crosslink e 45% também tiveram melhora da visão.

Outra técnica para evitar o transplante de córnea utilizada nos participantes da pesquisa foi o implante de anel intracorneano que aplana a curvatura da córnea. Para 74% este implante melhorou a visão  além de permitir melhor adaptação da lente de contato.

Outros 20% não passaram pelo procedimento por ter medo de complicações apesar do procedimento ser reversível.

O transplante de córnea só foi realizado por 12% dos participantes da pesquisa e apesar da cirurgia ter sido feita pelo método convencional 70% afirmaram ter grande melhora da visão e 32% uma pequena melhora.

Queiroz Neto ressalta que hoje o transplante pode ser feito com o laser de femtosegundo que torna o procedimento mais preciso ou ainda pela técnica DALK em que a camada interna da córnea, endotélio, é preservada, reduzindo assim ao risco de rejeição.

“O maior problema continua sendo a falta de informação e o acesso cada vez menor da população aos tratamentos de ponta para que tenhamos uma grande redução no número de acidentes”, conclui.

As informações são da Assessoria de Imprensa

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