Caso Carli Filho completa seis anos sem punição
Era madrugada do dia 07 de maio de 2009. Gilmar Rafael Yared, 26, e Carlos Murilo de Almeida, 20, voltavam de um shopping e seguiam em um Honda Fit branco. No outro veiculo, Fernando Ribas Carli Filho, 26, na época deputado estadual, havia saído de um restaurante e estava alcoolizado. Carli Filho estava no Passat SW preto e dirigia com a carteira de habilitação suspensa. Com 24 multas por excesso de velocidade, 5 delas na rua do crime que tem velocidade máxima permitida de 60 km por hora.
O Honda Fit branco freou e entrou devagar na rua quando o Passat preto do deputado que, devido à velocidade e o desnível da rua, decolou. Voando, colidiu com o primeiro carro e veio a capotar. Ao passar sobre o carro branco, decapitou Carlos e Gilmar.
Há seis anos essa cena marcou a população paranaense. E até agora o caso ainda não foi julgado. A expectativa é de que Carli Filho vá a júri popular ainda neste ano, mas, por causa de sucessivos recursos, o processo se arrasta na Justiça. Há cerca de 20 dias, o Tribunal de Justiça do Paraná negou, de uma só vez, quatro apelações interpostas pela defesa dele e, apesar de uma última tentativa de reverter o caso, o ex-deputado deve ser julgado nos próximos meses.
Na noite de quarta-feira (6), a mãe de Rafael, Christiane Yared, fez um desabafo no Facebook. Na postagem, ela lamentava a lentidão da Justiça e classificava a violência no trânsito como “a mais infame de todas as guerras”.
Em 2014, depois de transformar a perda do filho em causa, Christiane foi eleita deputada federal pelo PTN, sendo a candidata mais votada no Paraná. Na política ela tenta transformar a dor em uma luta constante contra a impunidade.