Ao comprar um veículo você sabe escolher o mais seguro? Então veja dicas!
Com os últimos resultados dos testes de colisão da LatinNCAP, os latino-americanos se depararam com uma situação triste: os veículos que rodam aqui, nunca rodariam na Europa, EUA e Japão.
De acordo com Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP, os resultados são muito ruins.
“Os compradores de automóveis merecem muito mais que esse resultado inferior ao padrão mundial da parte das montadoras que sabem, com certeza, como produzir automóveis bem mais seguros”, explicou após o resultado do Ford Ka nos testes de colisão realizados pela entidade.
Para Celso Alves Mariano, especialista em trânsito e diretor do Portal, no Brasil, veículos mais seguros são, geralmente, mais caros. “Há alguns anos, tecnologias como freios ABS e airbag só existiam em carros de luxo, como se só as pessoas que compram veículos caros tivessem direito a essa proteção”, questiona. O especialista afirma, ainda, que os consumidores devem exigir e dar mais atenção a esses dispositivos. “Infelizmente uma parcela da população brasileira se preocupa mais se o carro tem um som bacana, um kit multimídia, do que um sistema de segurança”, diz Mariano.
Para aqueles que pretendem, e podem, trocar de carro, existem alguns aspectos fundamentais que o consumidor deve prestar atenção ao escolher um modelo, pois um carro seguro pode ser a diferença entre vida e morte em um acidente. Por esse motivo, o Portal do Trânsito dá dicas de equipamentos que são fundamentais para determinar se um veículo é seguro ou não.
Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC)
ESC é a sigla para Electronic Stability Control, ou Controle Eletrônico de Estabilidade. Esse é um sistema que ajuda a manter o controle do carro em situação de risco. De acordo com estudos, o ESC evita até 80% dos acidentes que envolvem derrapagem. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determinou, através da Res.567/15, que o dispositivo será obrigatório nos carros novos vendidos no país até 2022, com a inserção em duas etapas. A obrigatoriedade do sistema na fabricação dos carros, ônibus e caminhões é uma das sete medidas consideradas essenciais pela ONU (Organização das Nações Unidas) para aumentar a segurança veicular e, assim, reduzir a quantidade de mortos e feridos no trânsito.
Sistema de Freios Antitravamentos (ABS)
A sigla ABS vem do inglês “Anti-lock Braking System” e quer dizer sistema de freio antitravamento. Por meio de sensores instalados nas rodas, a informação sobre uma frenagem brusca é encaminhada a uma central eletrônica, que determina a soltura do freio gradativamente. Esse movimento permite a roda girar sem travar. O ciclo de aplicação e desaplicação se alternam e podem se repetir muitas vezes por segundo. Na prática, isso quer dizer que, um automóvel equipado com freios ABS necessita de menos espaço para frear e parar completamente, pois o dispositivo ajuda a manter o carro na trajetória ao evitar que as rodas travem. Em um veículo sem esse equipamento de segurança, quando o motorista pisa forte no pedal do freio, o carro tende a perder estabilidade. O ABS já é um equipamento obrigatório nos veículos produzidos no Brasil desde 2014.
Cintos de segurança de 3 pontos
A Res.518/15 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determinou que até 2020, os veículos devem sair de fábrica com cinto de segurança de três pontos e apoio para a cabeça em todas as posições dos assentos. Atualmente, ainda é muito comum encontrar veículos que possuem apenas o cinto abdominal nos bancos centrais traseiros.
Utilizar o de três pontos é muito mais adequado do que o cinto abdominal. Por exemplo, o cinto de três pontos retém melhor os ocupantes em sua posição e aumentam a distância das partes rígidas do veículo – principalmente regiões abdominais e cabeça, minimizando o impacto em caso de acidente.
Além disso, o cinto de três pontos permite o uso do pré-tensionador, cuja função é retrair o cadarço instantes após o impacto, aumentando a distância em relação ao painel (para quem viaja na frente).
Para usar o cinto corretamente os ocupantes do veículo devem ajustá-lo firmemente ao corpo, sem deixar folgas. O cinto nunca deve passar pelo pescoço e sim pelo ombro e meio do peito. A faixa inferior deverá ficar abaixo do abdômen (passando pelos ossos do quadril).
Airbag
Airbags são bolsas infláveis que protegem a cabeça e o tórax dos ocupantes contra impactos em partes do veículo. É mais eficiente quando usado em conjunto com o cinto de segurança. De acordo com estudos da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), instituto de segurança de trânsito dos EUA, o uso de airbag combinado com o do cinto de segurança reduz em cerca de 60% o risco de ferimentos em caso de acidente. Complementares ao cinto de segurança, as bolsas infláveis funcionam como minimizadores de danos. Quanto mais airbags um carro tem, melhor.
Em 2014 passou a ser obrigatório que todos os carros de passeio e caminhonetes saíssem da fábrica com airbags duplos frontais, tanto para condutor, quanto para passageiro do banco dianteiro.
Encosto de cabeça
Esse equipamento não é muito lembrado quando se fala em segurança, mas o seu uso pode prevenir graves lesões em caso de acidente. Em colisões traseiras, é comum o relato do efeito chicote nos passageiros do veículo que foi atingido. Ele tem esse nome porque o impacto de um veículo na traseira de outro projeta à frente os ocupantes do carro que está adiante. Com a batida, o cinto de segurança segura o corpo das pessoas – mas não o pescoço e a cabeça. Com isso, a coluna cervical, na região do pescoço, pode projetar-se rapidamente para frente e, logo em seguida, para trás. Mais ou menos como um elástico ou chicote – daí o nome.
Uma das maneiras de prevenir as lesões na coluna cervical é ajustar corretamente o encosto de cabeça do banco. Para fazer o ajuste, o manual do veículo deve ser consultado, mas normalmente a recomendação é que a altura do encosto deve estar regulada no centro posterior da cabeça ou até 3 cm acima.
O Contran determinou, assim como o cinto de segurança de três pontos em todos os assentos, o apoio de cabeça para todos os ocupantes do veículo como equipamento obrigatório nos veículos produzidos no Brasil até 2020.
Sistema Isofix
Isofix é um sistema considerado mais seguro que o uso do cinto de três pontos na fixação dos assentos, por ser menos suscetível a erros de instalação e não permitir folgas. De acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária, a palavra ISOFIX pode ser traduzida como Padronização Internacional de Organização de Fixação, cujo objetivo é padronizar e simplificar o encaixe dos dispositivos de retenção (bebê conforto, cadeirinha de criança e booster), garantindo a eficiência do produto. Ele exige pontos de ancoragem específicos, tanto no veículo quanto na cadeirinha.
O sistema é composto por dois pontos de fixação na base (bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação) que se encaixam a dois pontos no veículo, localizados no vão entre o assento e o encosto do banco traseiro. Um terceiro ponto no carro se liga a uma espécie de gancho da cadeirinha, evitando que o dispositivo se movimente. Esse ponto pode estar no assoalho, na parte de trás do encosto ou na lateral do carro (na mesma área de onde saem os cintos de segurança).
De acordo com estudos, o sistema pode reduzir em até 75% o risco de lesões graves em crianças.
Assim como cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça para todos os ocupantes do veículo, a Resolução 518 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) determinou que todos os novos projetos de automóveis, caminhonetes e utilitários, produzidos no Brasil ou importados, deverão possuir os sistemas de fixação Isofix a partir de 29 de janeiro de 2018. Depois de dois anos, em 2020, a medida valerá para todos os veículos em produção no país.