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24 de dezembro de 2024

Veículos seguros não salvam vidas


Por Mariana Czerwonka Publicado 07/07/2015 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h48
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Por: Márcio Montesani

Veículo seguroInfelizmente no dia 24 de junho de 2015 a música brasileira perdeu um astro em ascensão, o cantor Cristiano Araújo (29) que junto de sua namorada Allana (19) morreu em um acidente de trânsito na BR-153 no km 614, entre Morrinhos e o trevo de Pontalina, em Goiás.

Este acidente acende uma antiga polêmica que se refere à necessidade de utilização do cinto de segurança no interior de qualquer veículo automotor por todos os ocupantes. Não somente pelo aspecto de segurança, mas a lei é clara quanto à obrigatoriedade, pois conforme Código de Trânsito Brasileiro:

Art. 65: É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamentadas pelo CONTRAN.

Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança, conforme previsto no art. 65:

Infração – grave;

Penalidade – multa;

Medida administrativa – retenção do veículo até colocação do cinto pelo infrator.

A indústria automotiva mundial gasta muito dinheiro em pesquisa para ter cada vez mais veículos potentes e seguros. Neste acidente em questão temos um veículo considerado pela Euro NCAP (www.euroncap.com), entidade europeia que avalia, por meio de “crash tests” as condições de segurança dos veículos e o Range Rover Sport atingiu 5 estrelas sob o aspecto de segurança, ou seja, o cantor estava em um veículo altamente seguro.

Nessa batalha, o veículo considerado de grande segurança e com recursos tecnológicos avançadíssimos, perdeu para um item que foi criado há mais de 50 anos, ou seja, um simples cinto de segurança. Somente para termos uma ideia em 1885 foi concedia em Nova York a Edward J. Claghorn a primeira patente de cinto de segurança. Em 1958 a marca europeia Saab introduziu pela primeira vez cintos de segurança como padrão nos seus modelos. No Brasil, o cinto só passou a ser obrigatório a partir de 1998, com a regulamentação do Código de Trânsito Brasileiro.

O que tem de especial um Range Rover Sport

Sob o aspecto de potência ele tem um motor V6 de 3.0 l e 24 V turbo com potência de 292 cv. Sua estrutura é feita em 100% alumínio. Ele possui um sistema de Vetorização de Torque, que permite respostas melhores em curvas e a tecnologia Adaptative Dynamics que faz com que sua suspensão se ajuste dependendo da situação e estilo da condução.

Além disso, conta com 7 airbags garantindo ainda mais a proteção dos ocupantes. Vejam que este veículo possui o que tem de mais avançado no quesito segurança, pois em qualquer tipo de acidente ele vai garantir que seus ocupantes tenham maior chance de sobrevivência.

Usar o cinto de segurança é realmente importante?

Todos os estudos já feitos são unânimes em dizer que o cinto de segurança realmente salva vidas, pois em colisões frontais ele realmente retém os ocupantes evitando que se desloquem e atinjam as partes internas do veículo e em capotamentos ele assegura que os ocupantes fiquem junto aos bancos e não sejam projetados para outros pontos do interior do veículo ou em piores casos sejam lançados para fora dele.

O que significa estar em um veículo seguro e ainda estar usando o cinto de segurança?

No acidente do cantor Cristiano Araújo temos um veículo considerado muito seguro sobre todos os quesitos de segurança, no entanto a não utilização do cinto de segurança por ele e sua namorada tornou qualquer recurso do veículo ineficaz, pois com o capotamento os corpos de ambos foram projetados inicialmente no interior do veículo e posteriormente sua namorada foi lançada para fora dele, conforme informações verificadas na imprensa.

Diante disso fazemos uma reflexão: “O que adianta a indústria automobilística desenvolver veículos cada vez mais seguros se as pessoas não evoluem na mesma velocidade, ou seja, dirigimos um veículo do futuro e com uma consciência de mais de 50 anos atrás, ou seja de quando surgiu o cinto de segurança. Não é uma crítica as vítimas deste acidente e sim um alerta para avaliarmos se não fazemos isso com a nossa própria família, ou seja, não cobramos para que usem o cinto de segurança em nossos veículos.”

*Márcio Montesani é Mestre em Engenharia Mecânica e responsável pelo Núcleo de Perícias Técnicas de São Paulo

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