Dirigir com sono é tão perigoso quanto dirigir embriagado
Segundo dados da Associação Brasileira do Sono (ABS), 30% das mortes ocasionadas em rodovias brasileiras são causadas pelo sono, sendo este o responsável por 20% do total de acidentes envolvendo veículos no país. “O sono não é proveniente apenas do cansaço, mas pode estar ligado também a muitos outros distúrbios da saúde”, explica Celso Mariano, especialista em trânsito e diretor da Tecnodata Educacional.
Dormir é fundamental para a saúde do ser humano. É uma ação natural e fisiológica. De acordo com especialistas, o ideal é que as pessoas durmam de seis a oito horas diariamente. Contudo, a rotina e a própria estrutura emocional do indivíduo podem ocasionar o estresse e a ansiedade, situações que prejudicam a qualidade do sono.
Para dirigir, o motorista precisa de três funções importantes: a primeira é a cognitiva, ou seja, a atenção, vigia, concentração, raciocínio e agilidade mental. A segunda função é a função motora, que permite que o condutor tenha respostas imediatas e a última é a função sensório perceptiva que abrange o tato, a visão e a audição. Para que estas funções funcionem de maneira adequada, é necessário que o sono esteja em dia. É possível dizer que dormir o necessário é tão importante quanto dirigir sem beber. “Muitas pessoas acreditam que podem controlar o sono utilizando artifícios como café, música alta ou vento no rosto, mas sem perceber elas podem ‘tirar’ em cochilo fatal”, argumenta Mariano.
Através de alguns sinais, é possível identificar a presença do sono: quando se torna necessário se esforçar para se concentrar e manter os olhos abertos, a cabeça começa a pesar, a pessoa não para de bocejar, a visão perde o foco, os pensamentos ficam vagos e desconexos e ocorrem pequenos desligamentos, com desvios na trajetória do veículo.
A boa notícia é que acidentes causados pelo sono podem ser prevenidos, assim como tantos outros. “É preciso redobrar os cuidados nas primeiras horas da manhã, só dirigir se estiver realmente descansado, ficar atento aos períodos em que há baixa do nível de energia, como depois do almoço, e em trajetos longos, planejar paradas e revezamentos, para o condutor não chegar ao limite”, conclui o especialista. Além desses cuidados, é preciso manter o veículo bem arejado, não comer muito antes de pegar a estrada e tomar água durante o percurso.