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Sala de Visitas com Rosangela Battistella: principais desafios da municipalização do trânsito


Por Celso Mariano Publicado 19/02/2019 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h06
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Curitiba gera muita expectativa em torno de si própria quando o assunto é trânsito. Nesta cidade surgiram ideias e modelos adotados em várias cidades do mundo, como o BRT e as lombadas eletrônicas. Assim, fazer parte de um órgão de trânsito na capital paranaense significa receber sobre si, por transferência, muito desta expectativa.

O Diretor do Portal do Trânsito recebeu neste quadro Sala de Visitas a Superintendente da SETRAN, órgão Municipal de Trânsito de Curitiba, Engenheira Rosangela Battistella. Neste primeiro bloco ela fala sobre os principais desafios dos profissionais da área de engenharia de tráfego e sobre as habilidades que a função demanda. “Cuidar do trânsito é fazer um esforço constante para minimizar seus diversos problemas, como conciliar os diferentes interesses dos diferentes usuários de forma que todos se sintam atendidos. E tudo isso é muito difícil, especialmente nesta cidade cujos cidadãos são tão exigentes. O trânsito é uma equação com muitas variáveis, cujo resultado não é exato”, comenta Rosangela.

Ela ilustra o cenário de desafios citando os modernos aplicativos que levam o usuário a experimentar outros modais, como bikes e patinetes elétricos de aluguel, que geram competições e conflitos, como no caso dos táxis em relação ao Uber e similares. Assista:

No segundo bloco Celso Mariano, que já foi Diretor de Educação da SETRAN, questiona Rosangela sobre como é que se deve lidar com a questões impostas pela legislação e sobre como a engenharia e as regras se harmonizam para este desafio.

Rosangela fala sobre as Câmaras Temáticas do CONTRAN e sobre a participação de técnicos de Curitiba nas CTs de Engenharia, Educação e Esforço Legal. Ela diz que entre os técnicos das diferentes câmaras, sempre houve muitas conversas para alinhar os pensamentos, mas que, de uns tempos para cá, parece que este diálogo não aconteceu. E cita o caso da Resolução 730/2018, que prevê autuar pedestres e ciclistas. “Teria valido muito mais a pena o esforço para regulamentar a educação de trânsito, por exemplo. O próprio presidente do CONTRAN admitiu não saber exatamente como aplicar multas para pedestres e ciclistas”, afirma.

À propósito do diálogo entre as partes envolvidas, ela cita o trabalho do Forum de Secretários de Mobilidade, composto por executivos e técnicos de diversas cidades brasileiras. O Forum tem muito contato com a Frente Nacional de Prefeitos e este esforço gerou algumas importantes conquistas. Veja:

As ações de fiscalização têm um componente educativo? Esta pergunta abre o terceiro bloco deste Sala de Visitas. Rosangela fala sobre as blitzes e afirma que, sim, elas também são educativas. A SETRAN tem realizado estas ações algumas vezes com a PM, e outras com a PRF. Recentemente a Guarda Municipal, cujos agentes portam armas, se tornaram um reforço importante. Como resultado, foram retirados das ruas vários veículos com dívidas enormes. Celso comenta que a diminuição do número de agentes de trânsito e blitzes com poucos bafômetros, são um problema. Rosangela explica que o uso de etilômetros tem aumentado gradativamente.

Celso Mariano relembra a história da minirrotatória, no Bairro Hugo Lange de Curitiba, e a participação de Rosangela nesta história de sucesso em solicitações feitas pela população (leia mais aqui). À propósito deste assunto, eles comentam sobre a importância dos cuidados que o cidadão deve ter ao formular seus pedidos, críticas e sugestões aos órgão públicos. Assista:

No quarto e último bloco um questionamento: há amadurecimento nas solicitações feitas pelos cidadãos aos órgãos de trânsito?

Rosangela diz que sim, que houve uma evolução. “Apesar de algumas bobagens, que sempre aparecem, temos recebido solicitações bem fundamentadas e que realmente são necessárias. Esta, da minirrotatória do Hugo Lange, foi uma delas”. Ela explica que entre rotatória e semáforo, há critérios técnicos que decidem quando será um ou outro. Faixas elevadas e lombadas são outro caso, sempre decidido com critérios técnicos. Os pedidos da comunidade, diretamente ou por meio dos vereadores, são recebidos e analisados na SETRAN por técnicos, engenheiros, pelo diretor da área, ou por ela mesma, que pessoalmente avalia se, como e quando o pedido vai ser atendido.

Rosangela diz que os últimos pedidos têm vindo com conhecimento de causa, o que é muito bom. Celso lembra que o Portal do Trânsito tem o serviço DENUNCIE! (veja aqui), que tem ajudado os órgãos de trânsito, ao repassar solicitações previamente filtradas e selecionadas.

Sobre velocidade, Rosangela explica que uma via pode ter velocidades máximas variáveis em função de característica que mudam ao longo de sua estrutura e que nem sempre os usuários entendem isso. “A OMS sugere reduções de velocidade e temos tentado seguir estes critérios. Já baixamos de 60 para 50 km/h, a velocidade máxima nos nossos binários. Os condutores precisam prestar atenção nas placas”, diz a superintendente.

Finalmente, a pergunta que Celso Mariano tem feito a todos os convidados: a tecnologia vai nos salvar? Rosangela acredita que o nosso futuro vai depender muito de educação. À curto prazo, pensa que não, mas que, na medida que venha, a tecnologia deve sim nos ajudar.

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